22 de maio de 2011

As Origens dos Deuses 8ª Parte - Deidades Romanas

Saturno Devorando Seus Filhos
Francisco de Goya
Com o passar do tempo, os principais deuses gregos introduziram-se no panteão romano, embora conhecidos por outros nomes. Também, deidades de ainda outros países foram adotadas pelos romanos, incluindo a persa Mitra cujo aniversário era celebrado, curiosamente, em 25 de dezembro - lembra alguma data importante atual? A festa do Dies Natalis Solis Invicti (Aniversário Natalício do Sol Invencível) também acontecia nessa época. "... Esse dia", Segundo a Encyclopaedia Britânnica, "era um feriado popular no império romano que celebrava o solstício de inverno, simbolizando o retorno do Sol, o fim do inverno e a proclamação da primavera e do verão."  

A deusa frígia da fertilidade, Cibele, e a egípcia Ísis também foram adotadas, estas duas últimas sendo identificadas com a babilônica Istar. Também, os próprios imperadores romanos eram deificados. Por exemplo, o livro Imperial Rome chama Otaviano de "o maior dos muitos imperadores de Roma", afirmando que os "romanos o chamavam de Augusto, que signigica 'o reverenciado', e os provincianos o saudavam como deus". Como que a confirmar tais opiniões, Augusto mandou fazer anéis de sinete que estampavam seu perfil e o de Alexandre, seu predecessor. Augusto foi, mais tarde, deificado pelo senado romano, e foram construídos santuários em sua honra, por todo o império.
Saturno era adorado por ter dado a Roma uma era áurea. As saturnais, originalmente uma festa de um dia em sua honra, foram mais tarde prolongadas para uma celebração de sete dias, na última parte de dezembro. O evento era marcado por uma grande orgia. Eram trocados presentes, tais como frutas de cera e velas, e as crianças, em especial, eram presenteadas com bonecas de barro. Durante a festividade, nenhuma punição era aplicada. As escolas e os tribunais tinham feriado; até mesmo as operações de guerra eram suspensas. Os escravos trocavam de lugar com os seus amos e lhes era permitido falar o que quisessem, sem necessidade de temerem castigo.

A Herança Etrusca de Roma
Bacanal em Andros, Tiziano Vecellio

O tema das bacanais já foi fonte de inspiração pa-
ra diversos artistas desde pintores tal como
Tiziano Vecellio o autor do quadro acima,
que retrata a comemoração em honra ao
deus do vinho, Baco ou Dionísio,
até escritores como o
poeta
brasi-
leiro
autor
 do po-
ema
Visões da Noite.
Luís NicolauFagundes Varela

Que vai buscar, desta vez nas 'Saturnais' a inspiração indireta
 para compor a dor que ele descreve em seu texto.

Visões da Noite

 Passai, tristes fantasmas! O que é feito
Das mulheres que amei, gentis e puras?
Umas devoram negras amarguras,
Repousam outras em marmóreo leito!

Outras no encalço de fatal proveito
Buscam à noite as saturnais escuras,
Onde, empenhando as murchas formosuras,
Ao demônio do ouro rendem preito!

Todas sem mais amor! sem mais paixões!
Mais uma fibra trêmula e sentida!
Mais um leve calor nos corações!

Pálidas sombras de ilusão perdida,
Minh'alma está deserta de emoções,
Passai, passai, não me poupeis a vida!
A religião dos romanos foi grandemente influenciada pelos etruscos, um povo que em geral se pensa ter vindo da Ásia Menor, o que hoje corresponderia, aproximadamente, à região da Turquia. A prática da adivinhação liga definitivamente a religião dos etruscos à dos babilônios. Por exemplo, os modelos de fígados de barro usados para adivinhação, encontrados na Mesopotâmia, são parecidos ao modelo de um fígado de bronze encontrado em Piacenza, na província de Emília-Romagna, Itália.

O trecho reproduzido abaixo eu retirei de outra postagem minha; A Hepatoscopia e a astrologia e mostra um pouco desta herança babilônica.

'A prática de ‘examinar o fígado’ (hepatoscopia) parece ter sido um aspecto especial da astrologia. Numa escola-templo de Babilônia foi encontrado um modelo de argila dum fígado que remonta ao tempo de Hamurábi. Um lado dele estava dividido em áreas representativas do “dia” e da “noite”. A beirada estava dividida em 16 partes, tendo-se dado a cada seção os nomes correspondentes das deidades dos céus. Portanto, assim como este ramo de vaticínio dividia o céu de maneira puramente imaginária, assim dividiam de modo similar o fígado de suas vítimas sacrificiais.'.

Por este motivo, quando os romanos adotaram as deidades etruscas, eles estavam, na realidade, recebendo uma herança cultural babilônica. A tríade romana de Júpiter (o deus supremo, deus do céu e da luz), Juno (a consorte de Júpiter, considerada como presidindo aos assuntos de interesse especial para as mulheres) e Minerva (deusa que presidia a todas as artes e ofícios), corresponde aos etruscos Tínia, Uni e Menrva.








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