10 de maio de 2011

As Origens dos Deuses 4ª Parte - Deidades Egípcias


Estátua representando Ísis
segurando seu filho Hórus
no colo. A imagem é semelhante
a de Maria carregando seu filho.
O tema, alíás é recorrente em di-
versas religiões e culturas.

Osíris era o mais popular dos deuses egípcios e era considerado filho do deus-terra, Geb, e da deusa-céu, Nut. Dizia-se que Osíris tornou-se marido de Ísis e reinou sobre o Egito. Os relatos mitológicos contam que Osíris foi assassinado pelo seu irmão, Set, e então trazido à vida, tornando-se o juiz e o rei dos mortos. O relacionamento entre Osíris e Ísis, e as respectivas características deles, correspondem notavelmente ao relacionamento e às características dos babilônios Tamuz e Istar. Assim, muitos peritos acham que eles são os mesmos.

A adoração de mãe e filho era muito popular no Egito. Ísis é muitas vezes retratada com o menino Hórus no colo. Esta figura, curiosamente é muito parecida com a da Madona (“Nossa Senhora”) e o filho. Com respeito ao deus Hórus, existe certa aproximação entre a promessa bíblica concernente ao descendente, ou semente (identificado como o Cristo), que havia de machucar a cabeça da serpente (logicamente Satanás), como descrito no livro bíblico de Gênesis. Hórus, às vezes, é retratado pisoteando crocodilos, e agarrando cobras e escorpiões. Segundo certo relato, quando Hórus passou a vingar a morte de seu pai Osíris, Set, que assassinara Osíris, transformou-se numa serpente.

Ankh egípcio

"... O Ankh foi adotado por diversas culturas.
 ... mesmo após a cristianização do povo egíp-
cio a partir do século III. Os egípcios conver-
tidos ficaram conhecidos como cristãos cóp-
ticos, e o Ankh manteve-se como um de seus
principais símbolos, chamado de Cruz Cóptica."

[...]

"Na cultura pop ele foi associado pela primei-
ra vez ao vampirismo e a cultura gótica atra-
vez do filme The Hunger - Fome de Viver
(1983), em que David Bowie e Catarine De-
neuve protagonizaram vampiros em busca de
sangue. Há uma cena em que a dupla, usando
Ankhs egípcios, está à espreita de suas presas
numa casa noturna ao som de Bela Lugosi is
Dead, do Bauhaus. Assim, elementos como a
figura do vampiro, o Ankh e a banda Bauhaus,
podem atuar num mesmo contexto; neste caso 
a subcultura gótica."

 spectrumgothic.com.br
Em esculturas e pinturas egípcias, o símbolo sagrado, a cruz ansata, aparece muitas vezes. Este chamado símbolo da vida assemelha-se à letra “T”, com uma asa oval na parte superior, e provavelmente representava os órgãos de reprodução masculino e feminino combinados. Muitas vezes as deidades egípcias são representadas segurando a cruz ansada. Um dos mais importantes símbolos da cultura egípcia. A Cruz Ansata consistia em um hieróglifo representando a regeneração e a vida eterna. A idéia expressa em sua simbologia é a do círculo da vida sobre a superfície da matéria inerte. Existe também a interpretação que faz uma analogia de seu formato ao homem, onde o círculo representa sua cabeça, o eixo horizontal os braços e o vertical o resto do corpo.

"O Ankh se popularizou no Brasil no início dos anos 70, quando Raul Seixas e Paulo Coelho (entre outros) criaram a Sociedade alternativa. o selo desta sociedade, possuía um Ankh adaptado com dois degraus na haste inferior, simbolizando os degraus da iniciação, ou a chave que abre todas as portas. Numa outra interpretação, representa o laço da sandália do peregrino, ou seja, aquele que quer caminhar, aprender a evoluir." -

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Muitas eram as criaturas veneradas como sagradas pelos egípcios. Incluíam o abutre, o carneiro, o chacal, o crocodilo, o escaravelho, o escorpião, o falcão, o gato, o hipopótamo, o íbis, o leão, o lobo, a rã, a serpente, o touro e a vaca. Todavia, algumas delas eram sagradas em uma parte do Egito, mas não em outra, resultando isto, às vezes, até em irrompimento de guerras civis. Os animais não só eram sagrados para certos deuses, mas alguns deles eram até mesmo considerados como encarnação de um deus ou uma deusa. Por exemplo, o touro Ápis era considerado como a própria encarnação do deus Osíris, e também uma emanação do deus Ptá.

Segundo Heródoto (II, 65-67), quem matasse deliberadamente um animal sagrado era morto; se o animal fosse morto acidentalmente, os sacerdotes estipulavam uma multa. No entanto, quem matasse um íbis ou um gavião, quer intencionalmente quer não, era morto, usualmente às mãos duma turba enfurecida. Quando morria um gato, todos os da casa rapavam as sobrancelhas, ao passo que por ocasião da morte dum cão, rapavam o corpo inteiro. Animais sagrados eram mumificados e recebiam sepultamento suntuoso. Entre os animais mumificados foram encontrados o crocodilo, o falcão, o gato e o touro, para se mencionarem apenas alguns.

CURIOSIDADES SOBRE OS DEUSES

As narrativas mitológicas retratam as deidades egípcias com fraquezas e imperfeições humanas. Dizia-se delas que sentiam angústia e medo, e que repetidas vezes se viam em perigo. O deus Osíris foi morto. Hórus, na infância, supostamente sofria de dores internas, dores de cabeça e disenteria, e morreu duma picada de escorpião, mas diz-se que depois foi trazido de volta à vida. Cria-se que Ísis sofria dum abscesso no seio. Ensinava-se que, com o passar dos anos, a força do deus-sol Rá diminuía e que escorria saliva da sua boca. A própria vida dele estava em perigo depois de ter sido picado por uma serpente mágica, formada por Ísis, embora se restabelecesse em resultado de palavras mágicas de Ísis. Secmet, deusa que representava o poder destrutivo do sol, era representada como sanguinária. Ela se agradava tanto em matar homens, que se diz que Rá temia pelo futuro da raça humana.

Para salvar a humanidade do extermínio, Rá distribuiu 7.000 jarros duma mistura de cerveja com romã sobre o campo de batalha. Pensando tratar-se de sangue humano, Secmet bebeu-a avidamente, até ficar embriagada demais para continuar com sua matança. Diz-se que Néftis embriagou seu irmão Osíris, marido da sua irmã Ísis, e depois teve relações sexuais com ele. Os deuses-sol Tem e Hórus eram retratados como masturbadores. Os deuses e deusas adorados pelos egípcios evidenciam uma herança basicamente babilônica. Havia tríades de deidades e até mesmo tríades triplas, ou “enéades”. Uma das tríades populares consistia em Osíris, sua consorte Ísis e o filho deles, Hórus.

Próxima postagem - Deidades Cananéias

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