27 de agosto de 2010

Vida de Lord Dunsany

Lord Dunsany






Edward John Moreton Drax Plunket nasceu em 24 de julho de 1878 no castelo de sua família no Condado de Meath na Irlanda. Depois da morte de seu pai, em 1898, que fora em vida um renomado engenheiro mecânico assume o posto de 18º Barão de Dunsany. Foi educado em "Eton" na Academia militar de Sandhursty e serve ao exército de sua majestade nas Guerras Boer em território do sul da África.










Dunsany também fora grande aficionado por partidas de xadrez (o qual foi grande campeão) tendo inventado em 1942 o "Xadrez de Dunsany" e enfrentado o cubano GM Capablanca. Além disto apreciava cricket e tênis.









De volta a Inglaterra começa de fato sua grande produção literária: "The Gods of Pegäna" (1905), "Time and the Gods" (1906) e "A Dreamer’s Tales" (1910). Caracteriza sua obra literária a beleza em sua redação e sua grande imaginação criadora de panteões e mundos verossímeis, pode-se considerá-lo como um dos pais da literatura fantástica. Em 1910 seu mentor literário W.B. Yeats o incentiva a escrever peças teatrais, peças estas que ficaram tão famosas ao ponto de serem exibidas 5 peças suas simultaneamente na Broadway, do seu livro "Five Plays". Quando começa a Primeira Guerra Mundial se voluntariou a servir no Exército Britânico, mas retorna ferido na Revolta de Dublin em 1916 e se uniu a Guarda Real em Flandes.

































No período entre guerras ele e sua esposa Beatrice vivem alternadamente no Castelo Dunsany e na propriedade particular da família em "Sevenoaks" em "Kent" (Inglaterra), período este, no auge do sucesso, viaja freqüentemente e começa a ter muito sucesso com livros e poesias sendo reconhecido por intelectuais ingleses. Em 1941 aceita a cadeira Byron de literatura inglesa na Universidade de Atenas, mas tem que deixar logo depois da invasão dos nazistas aquele país. Em 1943 profere conferências no "Trinity College" de Dublin e segue assim até que em uma situação com familiares tem uma crise de apendicite e só recupera a consciência depois de uma operação, mas morre em Dublin no dia 25 de outubro de 1957, sendo enterrado em "Shoreham".


































Texto retirado do site: Sitelovecraft.com



Ilustrações feitas por Sidney H. Sime (de Fins do Séc. XIX) para os livros "The Book Of Wonder", "A Dreamer's Tales", "The Gods Of Pegana" e "The Sword Of Welleran".

21 de agosto de 2010

O Nazismo e Suas Inspirações Ocultas 1ª parte

Geralmente quando falamos em nazismo vêm à nossa mente aquelas típicas imagens de filmes tais como A Lista de Schindler ou imagens de documentários que tenhamos visto na televisão, numa visão bem política do tema. O que talvez passe um pouco despercebido é a relação que existia entre o nazismo e ideologias ocultas e mitológicas e para tanto decidi postar algo referente ao tema “nazismo e ocultismo” fazendo uma breve menção à Lança de Longinus e o Santo Graal.








Hitler teria fundado um império proposto há durar mil anos, ainda que poucos tenham percebido o quanto ele estava baseado em uma ideologia e um ocultismo estranho. Um dos principais patrocinadores foi um homem de imenso poder, Heinrich Himmler (foto ao lado), Fuhrer da SS chefe da Gestapo. Himmler gostava do livro de Rahn e estava fascinado pelo graal.




Segundo o professor e historiador Karl Hüser “A idéia de que o graal tenha sido emprestado em Thule-Gesellschaft, dos teósofos e antropósofos e que foi transferido para Viena sob Hitler e, mais tarde sob Himmler ambos, que não tinham muita educação intelectual se confundiram em alguma forma popular (lenda urbana?). Mas, os dois gostavam de se ver neste contexto.”

Em Wewelsburg, “seu castelo secreto da távola redonda” onde os doze melhores do seu mais secreto círculo se reuniam para planejar o futuro.




Ao redor de um Sol negro, com doze raios estilizados na forma de braços de suástica, os escolhidos de Himmler planejavam o futuro oculto do nazismo. Wewelsburg iria liderar um enorme centro da SS com a forma da Lança Sagrada (Lança do Destino, Lança de Longinus*) como aquela que perfurou o flanco de Cristo.




Ao lado planta da área de Wewelsburg onde é possível perceber a imagem da ponta de uma lança, em referência à Lança de Longinus. Uma demonstração da importância da arquitetura na ideologia oculta do nazismo.
No íntimo das mentes nazistas Otto Rahn serviria para ajudar a uní-los ao Santo Graal e encaixá-los em uma fantasia de culto e calvário germânicos.
Ainda segundo o professor Karl Hüser: “Seu povo tentou distorcer a cristandade de forma que suas reais origens teriam de ser encontradas nas orígens arianas e não no Oriente Próximo (e portanto, semita ou judeu, nota pessoal). Para isso ele teria de recorrer a todos os tipos possíveis de idéias e ideologias ocultas, as quais havia mais do que o suficiente na história da Europa. A pesquisa do graal é um exemplo. Eles encontraram os Cátaros por acaso e tentaram provar que na Idade Média a cristandade, da forma em que era manifestada, tinha a intensão de obter poder sobre o povo da mesma forma que a SS. Sem dizer que as pessoas seriam completamente dominadas por um tipo totalmente novo de servidão.”

O Extersteine é um local de culto onde os nazistas achavam que o dragão era YHWH (Jeová), o maldoso criador do mundo que ameaçava um Cristo gnóstico. Mas, o que Himmler gostava no livro de Otto Rahn era encontrar gnósticos rejeitando o Deus judeu, ou poderíamos dizer "um Deus judeu", do antigo testamento e tomando as rédeas da Igreja.

Durante muitos anos, Rahn trabalhou para a equipe de Himmler, mas, ele se demitiu após ter ficado chocado com sua experiência nos campos de concentração e sua ida às famosas casas de Lebensborn, onde jovens arianas, bonitas todas louras ofereciam seus corpos para gerar crianças arianas.



Fotografia de Otto Rahn que fora então indicado às SS como membro da equipe pessoal de Himmler na formação da ideologia nazista.








Câmara dos Dirigentes Supremos no Castelo de Wewelsburg, no centro da sala é possível observar a figura do Sol Negro e abaixo a cripta localizada no mesmo prédio.












*O capitão da guarda romana, Gaius Casius Longinus, foi o homem que cravou sua lança no peito de JESUS, ele era vítima de catarata(em elevado grau) e após o sangue de JESUS tocar-lhe o rosto foi curado.Longinus se converteu ao Cristianismo e tornou-se monge.Conhecido no Brasil por são Longuinho. São Longino foi preso e torturado por causa de sua fé cristã, teve seus dentes arrancados e sua língua cortada.

15 de agosto de 2010

Sexta feira 13


Ao começar esta postagem não poderia deixar de pedir aos meus leitores grandes desculpas por eu não ter aproveitado o gancho que a sexta feira treze que passou deu para postar algo referente a esta tão emblemática data, com mais antecedência. Mesmo assim espero que o material que estou postando agora possa ser de utilidade para todos.
BREVES RELATOS DE SUPERSTIÇÕES
EM QUASE toda a parte da terra, a superstição controla a vida de muitas pessoas. Ao passo que muitos ocidentais acreditam que uma ferradura ou um pé de coelho os proteja, muitos africanos levam no pescoço um gris-gris (amuleto) para proteger-se de espíritos maus. Pela mesma razão, também amarram um cordão protetor no pulso dum bebê novo (alguma semelhança com costumes locais?).
Pessoas que vivem a beira-rio acreditam em sereias, chamadas Mami Wata (Mãe-d’água) na República Centro-Africana. Estas são imaginadas como tendo cabelos louros e compridos, e crê-se que seduzem as pessoas a se aproximar da água, de modo que possam agarrá-las e afogá-las. Alguns tiram proveito dessa crença. Lançam sacrifícios no rio para incentivar Mami Wata a agarrar seu inimigo a próxima vez que ele vier a margem do rio.

Importantes na superstição africana são o feiticeiro e o curandeiro. O feiticeiro local lança os nzeke (búzios) para ver o que o futuro reserva. O curandeiro fornece uma poção de amor para avivar o amor desvanecente dum cônjuge. Se um relâmpago cai perto duma pessoa, conclui-se que provavelmente alguém com quem ela discutiu contratou um feiticeiro para ajudá-lo a vingar-se.

Para os supersticiosos, acontecimentos casuais assumem significado agourento. Se uma serpente ou um camaleão cruzar seu caminho, corra para casa antes que algo de ruim lhe aconteça. Se uma ave porventura entrar voando em sua casa, alguém ali irá morrer. Se cachorros fizerem barulho anormal a noite, alguém está prestes a morrer, ou acaba de morrer.

Para pessoas instruídas, na África e em outras partes do mundo, tais superstições talvez pareçam desarrazoadas. Mas, que dizer de pessoas cultas que cuidadosamente evitam passar por baixo duma escada, cancelam uma viagem desnecessária na sexta-feira, dia treze, convidam alguém de última hora para evitar que treze pessoas se sentem à mesa de jantar, ou consultam seu horóscopo no jornal matutino?

Mas, e quanto à sexta feira treze?

Antes de mais nada gostaria de lembrar o significado que a sexta feira treze tem para a nossa sociedade atual que quase que automáticamente associa esta data com o famoso filme de Hollywood com o psicopata Jason à caça de adolescentes libidinosos: "sexta feira 13" cujas seqüências já há muito tempo deixamos de enumerar. Mas a questão é: Qual a origem de todo esse temor pelo 13º dia em uma sexta feira?





Como nos lembra LUÍS FELIPE A. CASAROLLI "A Sexta Feira 13 costuma ser lembrada como um dia de azar, mas o que poucos sabem é a relação que ela tem com os Templários. Felipe IV, numa sexta-feira, 13 de outubro de 1307, mandou prender todos os Templários da França e o seu Grão-Mestre, Jacques DeMolay, os quais, submetidos à Inquisição, foram por esta acusados de hereges. Por meio de inomináveis torturas físicas, infligidas a ferro e fogo, foram arrancadas desses infelizes as mais, contraditórias confissões. O Papa, desejoso de aniquilar a Ordem, convocou um concílio em Viena, em 1311, com esse fim, mas os Bispos se recusaram a condená-la à revelia; conseqüentemente, o Papa convocou um consistório privado em 22 de novembro de 1312, e aboliu a Ordem, conquanto admitindo a falta de provas das acusações. As riquezas da Ordem foram confiscadas em benefício da Ordem de São João..."

Além disso, "...tanto o Grão-Mestre do Templo, Jacques DeMolay, e Godofredo de Charney, preceptor da Normandia, foram publicamente queimados no pelourinho diante da catedral de Notre Dame, ante a turba, como hereges impenitentes."

Pode-se imaginar o impacto que algo desse tipo poderia causar na história. É claro que outros julgamentos ocorreram e outras pessoas foram queimadas em público sem, dessa feita, gerar tradições como a atual em torno da sexta feira treze, mas de qualquer forma o dia acabou assumindo um caráter de dia macabro quando todas as esperanças por fim se desfazem frente o inevitável. Dessa forma como herança européia assumimos esse temor pela sexta feira treze (que no nosso caso específico vem muito vinculado àquele famoso filme estadunidense já mencionado anteriormente e que desde a década de 80, mais enfaticamente, vem moldando nosso medo e fascínio por este dia).

8 de agosto de 2010

A vida de Edgar Allan Poe

O texto é uma reprodução da biografia de Edgar Allan Poe retirado do ensaio "The Supernatural Horror in Literature".


Edgar Allan Poe (Boston, 19 de Janeiro de 1809 — Baltimore, 7 de Outubro de 1849) foi um escritor, poeta, romancista, crítico literário e editor americano. Poe é considerado, juntamente com Jules Verne, um dos precursores da literatura de ficção científica e fantástica modernas. Algumas das suas novelas, como "The Murders in the Rue Morgue" (Os Crimes da Rua Morgue), "The Purloined Letter" (A Carta Roubada) e "The Mystery of Marie Roget" (O Mistério de Maria Roget), figuram entre as primeiras obras reconhecidas como policiais, e, de acordo com muitos, as suas obras marcam o início da verdadeira literatura norte-americana. Edgar Allan Poe nasceu no seio de uma família escocesa-irlandesa, filho do ator David Poe Jr., que abandonou a família em 1810, e da atriz Elizabeth Arnold Hopkins Poe, que morreu de tuberculose em 1811. Depois da morte da mãe, Poe foi acolhido por Francis Allan e o seu marido John Allan, um mercador de tabaco bem sucedido de Richmond, que nunca o adotou legalmente, mas lhe deu o seu sobrenome (muitas vezes erroneamente escrito "Allen"). Depois de freqüentar a escola de Misses Duborg em Londres, e a Manor School em Stoke Newington, Poe regressou com a família Allan a Richmond em 1820, e matriculou-se na Universidade da Virgínia, em 1826, que viria a freqüentar durante um ano apenas. Desta viria a ser expulso graças ao seu estilo aventureiro e boêmio. Na seqüência de desentendimentos com o seu padrasto, relacionados com as dívidas de jogo, Poe alistou-se nas forças armadas, sob o nome Edgar A. Perry, em 1827. Nesse mesmo ano, Poe publicou o seu primeiro livro, "Tamerlane and Other Poems". Depois de dois anos de serviço militar, acabaria por ser dispensado.

Em 1829, a sua madrasta faleceu, ele publicou o seu segundo livro, "Al Aaraf", e reconciliou-se com o seu padrasto, que o auxiliou a entrar na Academia Militar de West Point. Em virtude da sua, supostamente propositada, desobediência a ordens, ele acabou por ser expulso desta academia, em 1831, fato pelo qual o seu padrasto o repudiou até a sua morte, em 1834. Poe mudou-se, em seguida, para Baltimore, na casa da sua tia viúva, Maria Clemm, e da sua filha, Virgínia Clemm. Durante esta época, Poe usou a escrita de ficção como meio de subsistência e, no final de 1835, tornou-se editor do jornal Sothern Literary Messenger em Richmond, tendo trabalhado nesta posição até 1837. Neste intervalo de tempo, Poe acabaria por casar, em segredo, com a sua prima Virgínia, de treze anos, em 1836. Em 1837, Poe mudou-se para Nova York, onde passaria quinze meses aparentemente improdutivos, antes de se mudar para Filadélfia, e pouco depois publicar "The Narrative of Arthur Gordon Pym". No verão de 1839, tornou-se editor assistente da Burton's Gentleman's Magazine, onde publicou um grande número de artigos, histórias e críticas. Nesse mesmo ano, foi publicada, em dois volumes, a sua coleção "Tales of the Grotesque and Arabesque" (traduzido para o francês por Baudelaire como "Histoires Extraordinaires" e para o português como Histórias Extraordinárias), que, apesar do insucesso financeiro, é apontada como um marco da literatura norte-americana. Durante este período, Virgínia Clemm soube sofrer de tuberculose, que a tornaria inválida e acabaria por levá-la à morte. A doença da mulher acabou por levar Poe ao consumo excessivo de álcool e, algum tempo depois, este deixou a Burton's Gentleman's Magazine para procurar um novo emprego. Regressou a Nova York, onde trabalhou brevemente no Evening Mirror, antes de se tornar editor do Brodway Journal. No início de 1845, foi publicado, no jornal Evening Mirror, o seu popular poema "The Raven" (em português "O Corvo"). Em 1846, o Brodway Journal faliu, e Poe mudou-se para uma casa no Bronx, hoje conhecida como Poe Cottage e aberta ao público, onde Virgínia morreu no ano seguinte. Cada vez mais instável, após a morte da mulher, Poe tentou cortejar a poeta Sarah Helen Whitman. No entanto, o seu noivado com ela acabaria por falhar, alegadamente em virtude do comportamento errático e alcoólico de Poe, mas provavelmente também devido à intromissão da mãe de Miss Whitman. Nesta época, segundo ele mesmo relatou, Poe tentou o suicídio por sobredosagem de láudano, e acabou por regressar a Richmond, onde retomou a relação com uma paixão de infância, Sarah Elmira Royster, então já viúva. Diferentemente da maioria dos autores de contos de terror, Poe usa uma espécie de terror psicológico em suas obras, seus personagens oscilam entre a lucidez e a loucura, quase sempre cometendo atos infames ou sofrendo de alguma doença. Seus contos são sempre narrados na primeira pessoa. No dia 3 de Outubro de 1849, Poe foi encontrado nas ruas de Baltimore, com roupas que não eram as suas, em estado de delirium tremens, e levado para o Washington College Hospital, onde veio a morrer apenas quatro dias depois. Poe nunca conseguiu estabelecer um discurso suficientemente coerente, de modo a explicar como tinha chegado à situação na qual foi encontrado. As suas últimas palavras teriam sido, de acordo com determinadas fontes, «It's all over now: write Eddy is no more», em português: «Está tudo acabado: escrevam Eddy já não existe». Nunca foram apuradas as causas precisas da morte de Poe, sendo bastante comum, apesar de incomprovada, a idéia de a causa do seu estado ter sido embriaguez. Por outro lado, muitas outras teorias têm sido propostas ao longo dos anos, de entre as quais: diabetes, sífilis, raiva, e doenças cerebrais raras.


downloads:

Uma descida no Maelström (edição bilíngüe port. ing. Trad. Silveira de Souza / PDF)

A Camuflagem (mascara) da Morte Escarlate PDF

Sombra - Uma Parábola (Edição bilíngüe port. ing. PDF)

Berenice (Edição bilíngüe port. ing. Trad. Silveira Souza. PDF)

O Espectro PDF

A Queda da Casa de Usher PDF

Willian Wilson PDF

O Corvo (trad. Machado de Assis / PDF)

O Gato Preto PDF

O Poço e o Pêndulo PDF

O Retrato Oval PDF

O Barril de Amontillado PDF

3 de agosto de 2010

Escritos "apócrifos" ou "ocultos"?

Antes de qualquer coisa acho que devo explicar o motivo de postar este artigo, uma vez que talvez ele não se enquadre muito bem à proposta deste blog. A razão é que há pouco tempo surgiu a questão "Por que as bíblias católicas e as protestantes possuem diferenças entre si?" não apenas diferenças quanto as versões utilizadas, o que seria compreensível, mas pelo fato de que as bíblias católicas possuem livros a mais em relação as protestantes. A questão gerou uma pesquisa da qual transcrevo uma pequena parte no texto abaixo.

A palavra grega a·pó·kry·fos é usada no seu sentido original em três textos bíblicos como se referindo a coisas ‘cuidadosamente ocultas’. (Mr 4:22; Lu 8:17; Col 2:3) Conforme aplicada a escritos, referia-se originalmente àqueles que não eram lidos em público, portanto, ‘ocultos’ de outros. Mais tarde, contudo, a palavra assumiu o sentido de espúrio ou não-canônico, e atualmente é usada mais comumente para referir-se aos escritos adicionais declarados pela Igreja Católica Romana, no Concílio de Trento (1546), como fazendo parte do cânon da Bíblia. Os escritores católicos se referem a tais livros como deuterocanônicos, que significa “do segundo (ou posterior) cânon”, para diferenciá-los dos protocanônicos.
Esses escritos adicionais são Tobias, Judite, Sabedoria (de Salomão), Eclesiástico (não Eclesiastes), Baruc, 1ª e 2ª Macabeus, suplementos de Ester, e três adições a Daniel, com nomes diversos, tais como: Cântico dos Três Jovens, Susana e os Anciãos, e A Destruição de Bel e do Dragão. O tempo exato de sua escrita é incerto, mas a evidência indica uma época não anterior ao segundo ou terceiro séculos aC.
Evidência, entretanto, contra a Canonicidade destes escrito. Embora, em alguns casos, apresentem certo valor histórico, qualquer afirmação de canonicidade por parte destes escritos não dispõe de nenhuma base sólida. A evidência aponta para o término do cânon hebraico depois da escrita dos livros de Esdras, Neemias e Malaquias, no quinto século aC. Os escritos apócrifos jamais foram incluídos no cânon judaico das Escrituras inspiradas, e não fazem parte dele atualmente.
Josefo, historiador judeu do primeiro século, mostra o reconhecimento dado apenas a esses poucos livros (do cânon hebraico) considerados sagrados, dizendo:
“Não possuímos miríades de livros incoerentes, que discordam entre si. Nossos livros, os devidamente acreditados, são apenas vinte e dois [equivalentes aos 39 livros das Escrituras Hebraicas segundo a divisão moderna], e contêm o registro de todos os tempos."
De acordo com o material pesquisado Flavio Josefo teria conhecimento da existência de textos apócrifos como abaixo.
“Desde o tempo de Artaxerxes até o nosso próprio tempo, a história completa foi escrita, mas não foi considerada digna de crédito igual aos registros anteriores, porque cessou a sucessão exata dos profetas.”
Against Apion (Contra Apião), I, 38, 41 (8).
É claro que o texto aqui apresentado não tem a intenção de fazer qualquer tipo de crítica a qualquer religião e sim a de apresentar um dado histórico passível de ser rebatido.