31 de julho de 2010

O sopro de fogo

O sopro de fogo dos dragões seria teoricamente possível, caso seus pulmões pudessem separar alguns dos gases que compõe o ar e se fossem de um material tolerante ao calor. A centelha de ignição poderia ser obtida da fricção de dois ossos ou pela ingestão de minerais, que poderiam ser combinados quimicamente para gerar uma reação exotérmica. Outras idéias são a utilização de magia por parte dos dragões de modo a criar fogo, sem que este lhes danifique os tecidos e o marfim da boca.
Os dragões representam, em parte a liberdade e o poder que o Homem deseja atingir. Seria bom acreditarmos que eles existem, ignorando a ciência neste assunto, além de mais ainda não se conseguiu explicar como é que a ideia de uma criatura, com asas, sopro de fogo, escamas e potencialmente mágica, pode chegar a culturas tão distantes e diferentes como a China Antiga ou os maias e os astecas.

Dragões na Alquimia
Apenas para dar uma pincelada de alquimia vou mencionar também o significado dos dragões para a simbologia alquímica. O dragão em chamas é um símbolo de fogo e Calcinação. Vários dragões lutando é símbolo de putrefação. Dragões com asas representam o princípio volátil; dragões sem asas representam o princípio fixo. Dragão que morde sua própria calda chama-se Ouroboros e significam a unidade fundamental de todas as coisas.

30 de julho de 2010

Dragões nas lendas européias

No ocidente, em geral, predomina a idéia de dragão como um ser maligno e caótico, mesmo que não seja necessariamente esta a situação de todos eles. Nos mitos europeus a figura do dragão aparece constantemente, mas na maior parte das vezes é descrito como mera besta irracional, em detrimento do papel divino/demoníaco que recebia no oriente.

A visão negativa de dragões é bem representada na lenda nórdica ou germânica de Siegfried e Fafnir, em que o anão Fafnir acaba se transformando em um dragão justamente por sua ganância e cobiça durante sua batalha final contra o herói Siegfried (Sigurd). Nesta mesma lenda também pode ser visto um traço comum em histórias fantásticas de dragões, as propriedades mágicas de partes do seu corpo: na história, após matar Fafnir, Siegfried assou e ingeriu um pouco do seu coração, e assim ganhou a habilidade de se comunicar com animais. Quem assistiu ao filme "O Anel dos Nibelungos pôde reconhecer um pouco da história. Além disso, crê-se que a representação mítica de Sigurd foi transformada dentro da tradição cristã, sendo em parte sincretizada na figura de São Jorge.
Na mitologia grega, também é comum ver os dragões como adversários mitológicos de grandes heróis, como Hércules ou Perseu. De acordo com uma lenda da mitologia grega, o herói Cadmo mata um dragão que havia devorado seus liderados. Em seguida, a deusa Atena apareceu no local e aconselhou Cadmo a extrair e enterrar os dentes do dragão. Os dentes “semeados” deram origem a gigantes, que ajudaram Cadmo a fundar a cidade de Tebas.
Sláine, Cuchulainn e diversos outros heróis celtas enfrentaram dragões nos relatos dos seus povos.

A lenda polonesa do Dragão de Wawel conta como um terrível dragão foi morto perto da atual cidade de Cracóvia, onde o dragão ganhou até mesmo uma estátua em sua homenagem. Na caverna onde a fera supostamente vivia e devorava animais e pessoas fica localizada a tal estátua cuspidora de fogo. Ela solta chamas a cada cinco minutos ou quando alguém manda um SMS com a mensagem SMOK para o número 7168. Ficou curioso? se um dia der um pulo na Polonia mande um SMS.
Durante a idade média as histórias sobre batalhas contra dragões eram numerosas. A existência dessas criaturas era tida como inquestionável, e seu aspecto e hábitos eram descritos em detalhes nos bestiários da igreja Católica. Segundo os relatos tradicionais, São Jorge teria matado um dragão.
Muitos povos celtas, por exemplo, possuíam imagens dragões em seus brasões familiares, e há também muitas imagens de dragões como estandartes de guerra desses povos. Assim, ao contar histórias de vis dragões sendo enfrentados e vencidos por nobres heróis cristãos, os escritores cristãos também estavam fazendo uma apologia da sua religião contra as antigas tradições locais. Pode-se fazer até mesmo um paralelo entre as famosas armas de sopro draconianas e a pregação destas religiões: um dragão que sopra nuvens venenosas, por exemplo, poderia também ser usado como metáfora para blasfêmias “venenosas” proferidas por falsos profetas pagãos.
Em Portugal, o dragão mais famoso é a coca” ou “coca rabixa”. A festa da “coca” realiza-se no dia do Corpo de Deus.

28 de julho de 2010

Dragões na Bíblia

Representação do dragão de sete cabeças bíblico
encontrado entre outros lugares no livro do Apocalipse
Os dragões segundo a cultura cristã, são aqueles que mais influenciaram a nossa visão contemporânea dos dragões.
Muito da visão dos cristãos a respeito de dragões é herdado das culturas do médio oriente e do ocidente antigo, como uma relação bastante forte entre os conceitos de dragão e serpente (muitos dragões da cultura cristã são vistos como simples serpentes aladas, as vezes também com patas), e a associação dos mesmos com o mal e o caos.

De acordo com o Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento, no Antigo Testamento, dragões tipificam os inimigos do povo de Deus, como em Ezequiel 29:3. Ao fazer isso, associa-se a idéia das mitologias de povos próximos, para dar maior entendimento aos israelitas. É por isso que a Septuaginta (tradução antiga para o grego das Escrituras Hebraicas), na sua narrativa da história de Moisés, traduz “serpente” por “dragão”, para dar maior glória à ação de Deus Êxodo 7:9-12.
Há ainda, no antigo testamento, no Livro de Jó 41:18-21, a seguinte descrição:

18 Os seus espirros fazem resplandecer a luz, e os seus olhos são como as
pestanas da alva.

19 Da sua boca saem tochas; faíscas de fogo saltam dela.

20 Dos seus narizes procede fumaça, como de uma panela que ferve, e de juncos que ardem.

21 O seu hálito faz incender os carvões,
e da sua boca sai uma chama
.

Em Isaías 30:6, há citado um “áspide ardente voador”, junto com outros animais, para ilustrar a terra para onde os israelitas serão levados, pois o contexto do capítulo é sobre a repreensão deles. No Novo Testamento, acha-se apenas no Apocalipse de São João, utilizado como símbolo de Satanás.
O Leviatã, a serpente cuspidora de fumaça do livro de Jó, também é considerado um dragão bíblico. Os dragões nas histórias cristãs acabaram por adotar esta imagem de maldade e crueldade, sendo como representações do mal e da destruição.

O caso do mais célebre dragão cristão é aquele que foi morto por São Jorge, que se banqueteava com jovens virgens até ser derrotado pelo cavaleiro. Esta história também acabou dando origem a outro clássico tema de histórias de fantasia: o nobre cavaleiro que enfrenta um vil dragão para salvar uma princesa.

27 de julho de 2010

Dragões americanos

Acima representação estilizada de Quetzalcoatl.
A interpretação moderna do artista, no entanto, não condiz com
a verdade histórica.



Os dragões aparecem mais raramente nos mitos dos nativos americanos, mas existem registros históricos da crença em criaturas “draconídeas”.
Um dos principais deuses das civilizações do golfo do México era Quetzalcoatl, uma serpente alada. Nos mitos da tribo Chincha do Peru, Mama Pacha, a deusa que zelava pela colheita e plantio, era às vezes descrita como um dragão que causava terremotos.
O mítico primeiro chefe da tribo Apache (que, segundo a lenda, chamava-se Apache ele próprio) duelou com um dragão usando arco e flecha. O dragão da lenda usava como arco um enorme pinheiro torcido para disparar árvores jovens como flechas. Disparou quatro flechas contra o jovem, que conseguiu se desviar de todas. Em seguida foi alvejado por quatro flechas de Apache e morreu.

No folclore brasileiro existe o Boitatá (termo formado por tupinismo = cobra de fogo), uma cobra gigantesca que cospe fogo e defende as matas daqueles que as incendeiam. É claro que nesse caso, bem como no caso de Quetzalcoaltl, a alusão aos dragões se faz por via indireta dado o fato de que no continente americano todas as culturas aqui presentes surgiram e se desenvolveram de modo independente do Velho mundo, Europa Ásia e Africa.














24 de julho de 2010

Dragões nas lendas do extremo oriente

Na China, a presença de dragões na cultura é anterior mesmo à linguagem escrita e persiste até os dias de hoje, quando o dragão é considerado um símbolo nacional chinês. Na cultura chinesa antiga, os dragões possuíam um importante papel na previsão climática, pois eram considerados como os responsáveis pelas chuvas. Assim, era comum associar os dragões com a água e com a fertilidade nos campos, criando uma imagem bastante positiva para eles, mesmo que ainda fossem capazes de causar muita destruição quando enfurecidos, criando grandes tempestades. As formas quiméricas do dragão Lung chinês, que misturam partes de diversos animais, também influenciaram diversos outros dragões orientais, como o Tatsu japonês.

Nos mitos do extremo oriente os dragões geralmente desempenham funções superiores a de meros animais mágicos, muitas vezes ocupando a posição de deuses. Na mitologia chinesa os dragões chamam-se long e dividem-se em quatro tipos:





T’ien-lung: Dragão celestial, protetor dos céus e guardião dos que suportam o firmamento.





Shen-lung: Dragão espiritual celeste, é o mastro das tormentas. É suporte no céu e aquele que provoca a chuva. A vestimenta real dos imperadores chineses era adornada com a representação de Sheng-lung –dragão imperial de cinco garras que só podia ser representado ao imperador. A pessoa que se atrevesse a colocar esta prenda de forma inapropriada pagava com a morte.









Ti-lung: Dragão da terra e dos rios, na primavera vive nos céus e em outono, no mar.
Fu-ts’ang lung: Dragão que vigiava os tesouros: jóias e metais preciosos, que se ocultavam em cavernas subterrâneas. A maioria deles tinha um carácter extrovertido, e pouco interferiam na vida do homem.


Nas lendas japonesas os dragões desempenham papel divino semelhante. O dragão Ryujin, por exemplo, era considerado o deus dos mares e controlava pessoalmente o movimento das marés através de jóias mágicas.

Zu, Tiamat, Apsu e Marduk - Dragões na mesopotâmia



Na antiga Mesopotâmia havia a associação de dragões com o mal e o caos. Os dragões dos mitos sumérios, por exemplo, frequentemente cometiam grandes crimes, e por isso acabavam punidos pelos deuses – como Zu, um deus-dragão sumeriano das tempestades, que em certa ocasião teria roubado as pedras onde estavam escritas as leis do universo, e por tal crime acabou sendo morto pelo deus-sol Ninurta. E no Enuma Elish, épico babilônico que conta a criação do mundo, também há uma forte presença de dragões, sobretudo na figura de Tiamat. No mito, Tiamat (apontada por diversos autores como uma personificação do oceano) e seu consorte mitológico Apsu (considerado como uma personificação das águas doces sob a terra) se unem e dão a luz aos diversos deuses mesopotâmicos. Apsu, no entanto, não conseguia descansar na presença de seus rebentos, e decide destruí-los, mas é morto por Ea, um de seus filhos. Para vingar-se, Tiamat cria um exército de monstros, entre os quais 11 que são considerados dragões, e prepara um ataque contra os jovens deuses.




Liderados pelo mais jovem entre eles, Marduk, que mais tarde se tornaria o principal deus do panteão babilônico, os deuses vencem a batalha e se consolidam como senhores do universo. Do corpo morto de Tiamat são criados o céu e a terra, enquanto do sangue do principal general do seu exército, Kingu, é criada a humanidade. O Dragão de Mushussu é subjugado por Marduk, se tornando seu guardião e símbolo de poder.





Acima reprodução de uma cena típica envolvendo

18 de julho de 2010

dragões ao redor do mundo - Oriente Médio e egito

A imagem mais conhecida dos dragões é a oriunda das lendas européias (celta/escandinava/germânica) mas a figura é recorrente em quase todas as civilizações antigas. Talvez o dragão seja um símbolo chave das crenças primitivas, como os fantasmas, zumbis e outras criaturas que são recorrentes em vários mitos de civilizações sem qualquer conexão entre si.
Há a presença de mitos sobre dragões em diversas outras culturas ao redor do planeta, dos dragões com formas de serpentes e crocodilos da Índia até as serpentes emplumadas adoradas como deuses pelos astecas, passando pelos grandes lagartos da Polinésia e por diversos outros, variando enormemente em formas, tamanhos e significados.

Dragões no Médio Oriente
No Médio Oriente os dragões eram vistos geralmente como encarnações do mal. A mitologia persa cita vários dragões como Azi Dahaka que atemorizava os homens, roubava seu gado e destruía florestas.(e que provavelmente foi uma alegoria mística da opressão que a Babilônia exerceu sobre a Pérsia na antiguidade clássica). Os dragões da cultura persa, de onde aparentemente se originou a idéia de grandes tesouros guardados por eles e que poderiam ser tomados por aqueles que o derrotassem, hoje tema tão comum em histórias fantásticas. Na mitologia babilônica todos os deuses descendiam do dragão-fêmea (ou dracena) Tiamat, mas essa começou a enxergá-los como um estorvo e planejou matá-los. Seus planos foram frustrados pela deusa Ea que matou seu consorte Apsu. Posteriormente, Tiamat foi morta pelo deus Marduk.




Dragões no Egito

No Egito antigo, os dragões geralmente eram associados com a imagem de serpentes, e eram freqüentemente relacionados com a idéia de mal, embora isso não acarretasse necessariamente em uma visão negativa dos mesmos, visto que a cultura no Egito antigo possuía uma idéia de equilíbrio bastante forte. Diversos dragões também apareciam como explicações para fenômenos naturais, como o dia e a noite, representado mitologicamente como a eterna batalha entre o deus-sol Rá e a serpente/dragão Apep.

13 de julho de 2010

Pentagrama

Segundo Eliphas Levi: "O pentagrama é o signo da onipotência e da autocracia intelectual. O signo do Verbo feito carne e, segundo a direção dos seus raios, este símbolo absoluto em magia representa o bem ou o mal, a ordem ou a desordem, o cordeiro bendito de Ormuz e de São João, ou o bode de Mendés. É a iniciação ou a profanação, a vitória ou a morte, a luz ou a sombra. Elevado no ar, com duas pontas para cima, representa satã, ou o bode da missa negra; com apenas um dos raios para cima, é o Salvador."



Pentagrama invertido
O pentagrama é a figura do corpo humano, com quatro membros e uma única ponta, que deve representar a cabeça. Uma figura humana, de cabeça para baixo, representa, naturalmente, o demônio, ou melhor, a subversão intelectual, a desordem, a loucura.




Maçonaria
O Pentalpha é geometricamente é composto de cinco "As", pois cada ângulo tem a forma desta letra. Na Maçonaria é o emblema da virtude e do dever. O homem microcósmico (pequeno universo) era associado ao Pentalpha, sendo o símbolo entrelaçado ao trono do mestre da Loja.
A primeira letra do alfabeto grego e letra inicial dos vocábulos gregos utilizado para designar: ver, ouvir, meditar, bem agir e calar (ATREO, AISTO, ADALESQUE, AGATOPOEIRO, ABAQUIDZI).


Wicca e paganismo
Para os ritos pagãos, o Pentagrama é uma chave que se utiliza nos Rituais para abrir as portas de acesso ao Plano Espiritual. Simboliza os quatro elementos unidos pela Vontade do Mago, estando cada um num vertice, começando da esquerda para a direita: Água, Fogo, Terra, Ar e o último, que está em cima, Espírito, (notaram alguma semelhança com o enredo do filme O Quinto Elemento, onde o espirito humano está cercado pelos quatro elementos?). O Espírito é a Vontade, a Intenção que o Mago coloca nos seus trabalhos, que dominando os elementos que constituem a parte física deste mundo, consegue ou não atingir os seus objectivos.

Pentagrama na mitologia
Era um símbolo da deusa romana Vênus.
Era cultuado desta forma na natureza, como a forma que o planeta Vênus faz durante a aparente retroação de sua órbita.

Magna Dea

Mãe Tríplice de Susan Seddon Boulet



"A deusa mãe (ou Grande-mãe) é um símbolo Arquetípico associado a Mãe Terra, que serve como deidade da fertilidade e está intimamente ligado ao simbolismo da água como matriz dos seres. Como se pode verificar na Etimologia (fr.Mère).
Esta deusa é representada nas tradições ocidentais de muitas formas, das imagens talhadas em pedra de Cibeles a Dione, deusa invocada em Dodona, junto com Zeus, até finais da época clássica. Entre os hinos homéricos (séculos VII-VI a.C.)"

Ainda de acordo com a psicologia, segundo Jung que a definiu como a figura da Grande mãe como um símbolo da Matéria - o que explica o profundo sentido emocional da Mãe Terra.
Um outro conceito que poderíamos explorar melhor é do envolvimento que existe entre o conceito de maternidade e as deidades ao redor do mundo nas diversas formas de religião ou formas de culto, por isso no restante da postagem publicarei uma pequena relação de deusas-mães.
Deusas sumérias, mesopotâmicas e gregas
Tiamat na mitologia suméria, Ishtar (Inanna) e Ninsuna na Mitologia caldeia, Asherah em Canaã, Astarté na Síria e Afrodite na Grécia.

Deusas celtas
A deusa irlandesa Annan, às vezes conhecida como Dana, tem um impacto como deusa mãe, a julgar pelo Dá Chích Anann cerca de Killarney (Condado de Kerry). A literatura irlandesa nomeia a última e mais favorecida geração de deuses como ‘o povo de Danu’ (Tuatha de Dannan), Ceridween.









Deusas nórdicas
Entre os povos germânicos provavelmente foi adorada uma deusa na religião da Idade de Bronze Nórdica, que mais tarde foi conhecida como Nerthus na mitologia germânica, e que possivelmente seu o culto persistiu no culto a Freya da mitologia nórdica. Sua equivalente na Escandinávia era Njörðr, peculiarmente, uma deidade masculina.




Deusas gregas
Nas culturas do Egeu, Anatólia e no antigo Oriente Próximo, uma deusa mãe foi venerada com as formas de Cibeles (adorada em Roma como Magna Mater, a ‘Grande Mãe’), de Gea e de Rea. As deusas olímpicas da Grécia clássica tinham muitos atributos de deusa mãe, como se vê em Hera e Deméter.

Deusas romanas
A equivalente de Afrodite na mitologia romana, Vênus, foi finalmente adotada como figura de deusa mãe. Era considerada a mãe do povo romano, por ser a de seu ancestral, Eneas, e antepassado de todos os subseqüentes governantes romanos. Magna Dea é a expressão latina para ‘Grande Deusa’, e pode aludir a qualquer deusa principal adorada durante o Império Romano. O título Magna Dea podia aplicar se a uma deusa a origem de um pantão, como Juno ou Minerva, ou a uma deusa adorada monoteisticamente.

Deusas mães turcas siberianas
Umai, também conhecida como Ymai o Mai, é a deusa mãe dos turcos siberianos. É representada com sessenta tranças douradas, que parecem raios de sol.

Conceitos de deusas mãe no hinduísmo
O Rig Veda (O Livro dos Hinos, é o Primeiro Veda e, o mais importante, pois todos os outros derivaram dele.) chama o poder divino feminino de Mahimataum, termo que significa literalmente ‘mãe terra. ’

Shaktismo
Para o shaktismo, uma forma de hinduismo fortemente relacionada com as filosofias hindus de Vedanta, a Samkhya e o Tantra, Shaktí denota uma energia, que sustenta a mulher como parceira, a qual é cultuada como deusa viva.

Conceitos de deusas mães no cristianismo

Leonardo da Vinci - Madonna Litta
Muitos cristãos vêem Maria, a Theotokos (do grego Θεοτόκος), que significa “Mãe de Deus”, como uma “mãe espiritual”, já que ela preenche não apenas um papel maternal como é freqüentemente vista como uma força protetora e intercessora divina pela humanidade, mas ela não é adorada como uma “deusa mãe” divina.
A Virgem Maria recebe muitos títulos no Catolicismo, como Rainha do Céu e Stella Maris, que são familiares em tradições ocidentais mais antigas. Devido a esta correlação, protestantes freqüentemente acusam católicos de ver Maria como uma deusa, mas a Igreja Católica sempre condenou a adoração da Virgem Maria. Parte desta acusação se deve à prática católica de rezar como uma forma de comunicação, mais que como uma forma de veneração.
A bíblia se refere à Sabedoria Divina personificada (Hagia Sophia) em termos femininos. Muitos cristãos são católicos e acreditam que o Deus Pai é masculino e que Jesus era um homem. A igreja é a contraparte feminina de Deus e a noiva de Jesus.
Os Gnósticos
A Sabedoria. Nome atribuído a Maria Mãe de Jesus – Nossa Senhora. Em alguns textos de filosofia Gnóstica é utilizado como entidade feminina do início da criação do universo: “.. O Sagrado disse a ele: Eu quero que tu saibas que o Primeiro Homem é chamado O Criador (ou O que foi Gerado), Mente Auto-Aperfeiçoada. Ele refletia com a Grande Sophia, sua consorte, e revelou a primeira-criatura, filho andrógino. Seu nome masculino é designado Primeiro-Gerado, Filho de Deus, seu nome feminino: Primeira-Gerada, Sophia, Mãe do Universo, alguns a chamam de Amor.”

Wicca
Na religião Wicca acredita-se em uma força superior, a Grande Divindade, de onde tudo veio. Essa força superior é adorada sob a forma de duas divindades básicas: A Grande mãe e O Grande Pai (seu filho e consorte, o Deus Cornífero (De-Pater; Slough Feg; Gamo-Rei; Cernnunos), representa a fertilização). Esse Casal Divino representa todos os demais deuses das diversas mitologias adotadas pelos wiccanos. Como algumas tradições wiccanas seguem uma infinidade de Deusas e Deuses, a crença pagã é que todas essas deusas e todos esses deuses são aspectos diferentes da Grande Deusa e do Grande Deus. Daí o ditado da Wicca que diz que “Todas as deusas são uma Deusa e todos os deuses são um Deus”.
A Deusa Mãe é a geratriz de Todo o Universo e de tudo o que ele contém, daí a frase: “Tudo vem da Deusa e tudo para ela retorna”. Além da Terra, outro símbolo muito importante da Deusa é a Lua, onde se manifesta de três maneiras, na forma de Deusa Tríplice, a lua nova e crescente associada a Donzela, na lua cheia a Mãe e a lua minguante a Anciã. Importante frisar neste momento a associação a Deusa Diana, senhora da Lua.

Grifo



Grifo é na mitologia um animal com cabeça e asas de águia, e corpo de leão. Fazia seu ninho perto de tesouros e punha ovos de ouro sobre ninhos também de ouro. Outros ovos são freqüentemente descritos como sendo de ágata.

A figura do grifo aparentemente surgiu no Oriente Médio onde babilônios, assírios e persas representaram a criatura em pinturas e esculturas. Voltaire incluiu na sua novela, A Princesa da Babilónia, dois enormes grifos amigos de uma fénix, que transportaram a princesa na sua viagem. Na Grécia acreditava-se que viviam perto dos hiperbóreos e pertenciam a Zeus. Em tempos mais recentes, sua imagem passou a figurar em brasões pois aparentemente possui muitas virtudes e nenhum vício.
Os grifos são inimigos mortais dos basiliscos.

Como diversos animais fantásticos, incluindo centauros, sereias, fênix, entre outros, o Grifo simboliza um signo zodiacal, devido ao senso de justiça apurado, o fato de valorizar as artes e a inteligência, e o fato de dominar os céus e o ar, simboliza o signo de libra, a chamada balança.
Os grifos em geral cruzam com éguas. Desse cruzamento damos o nome de hipogrifo, mas tais cruzamentos são, de forma, raros.

Também são retratados em moedas, por exemplo, na lira italiana tem, entre outros desenhos, o de um grifo.

Os grifos são possíveis confusões de fósseis de Protoceratops, dinossauros ceratopsídeos que viviam na Mongólia. Para a Alquimia o grifo é a Conjunção dos princípios fixos e voláteis. Uma insinuação para o recipiente de Hermes.

Hidra

Seguindo ainda no tema relacionado aos animais mitológicos e suas representações psicológicas resolvi acrescentar aos posts outro animal deste bestiário mitológico a Hidra.
Abaixo reprodução da obra: Os Trabalhos de Hércules, de Antônio Pollaiolo.


A Hidra era um animal fantástico da mitologia grega com inúmeras cabeças de serpente (diferentes versões dizem ser 7, 8, 9 ou até 10 cabeças) que se regeneravam (ou seja, matava-se uma e surgia pelo menos mais uma em seu lugar) e corpo de dragão, cujo hálito era venenoso. Uma das cabeças era imortal. Foi derrotada por Hércules em um de seus doze trabalhos, que atirou uma pedra na cabeça imortal ou, em outras versões, destruiu cada cabeça e, para não se regenerarem, pediu a seu sobrinho Jolau para queimar cada cabeça após ser cortada para que não se regenerasse. Segundo a tradição, o monstro foi criado por Hera para matar Hércules. Quando percebeu que Hércules iria matar a serpente, Hera enviou-lhe ajuda – um enorme caranguejo-, mas Hércules pisou-o e o animal converteu-se na constelação de caranguejo (ou Câncer). Hércules, após a matar, aproveitou para banhar suas flechas em seu sangue, para as deixar venenosas também.

Psicologicamente representa o nosso interior ruim, nossas paixões e defeitos, ambições e vícios, o que existe de ruim dentro do nosso mundo interior. Enquanto a hidra, que representa esse monstro interior, não for dominada, enquanto nossas vaidades, futilidades e ostentações não forem dominadas, as cabeças continuam crescendo cada vez mais.

Touro


Hércules e o touro de Minos


Em sonhos, o ato de matar um touro simboliza a ascendência da consciência humana sobre as forcas emocionais animalescas, sendo que as touradas são um símbolo da superação ao impulso sexual, através do auto-controle e disciplina.
Nos “mistérios mítricos”, a imolação do touro ocupava um papel de destaque, nesses cultos, ele era chamado de “guardião do eixo da terra”, e são eles que invertem o “eixo do círculo do céu”. Mitra, que era chamado de Jovem, possuia um séquito de deuses jovens com cabeça de touro, que eram um desdobramento dele mesmo, a divindade maior.
O abate do touro significa um domínio sobre os instintos animais, mas também uma violação da lei. O animal representa o instinto e a proibição, e o homem sente-se mais homem, quando é capaz de sacrificar sua natureza animal. Os sonhos em que aparecem o ego onírico carregando um touro, tal qual Mitra o fez, tem o mesmo significado que a via-crucis de Cristo, é um símbolo de renascimento.Mitra carrega o touro vencido, numa representação do pai, do monstro, gigante e animal perigoso .
O touro é um símbolo da fecundidade, e Júpiter coabitou com Deméter, a deusa da fecundidade, sob a forma de um touro.

Nos simbolismos bíblicos, o touro é usado para indicar poder e força. O "mar de fundição," em frente ao templo de Salomão, repousava sobre as representações de 12 touros, em grupos de três, de frente para cada um dos pontos cardeais. (2ª Crônicas 4:2, 4) Cada uma das quatro criaturas viventes que Ezequiel observou em visão junto ao trono de Jeová, semelhante a um carro, tinha quatro faces, uma das quais era a dum touro. (Ezequiel 1:10) Na visão do apóstolo João, uma das quatro "criaturas viventes" que estavam ao redor do trono era como um novilho. (Apocalipse 4:6, 7) Por isso, o touro representa apropriadamente um dos atributos básicos de Deus, a saber, ilimitado poder.

Bode expiatório


No imaginário popular, os antigos registros sobre os demônios que faziam contato com as bruxas aparecem sob imagens de bodes. É considerado um símbolo de Thor, além de ser considerado um símbolo da fecundidade e da libido. O bode é a montaria de Agni, o deus regente do fogo para os vedas, daí que ele é considerado como sendo um animal solar. O termo bode expiatório, simboliza o indivíduo sobre o qual recaem as projeções do mal. (fonte: site symbolom.com.br)


Ainda na bíblia o termo "bode expiatório" pode ser explicado da seguinte forma.


[Bode Que Desaparece].
A palavra “Azazel” ocorre quatro vezes na Bíblia, nos regulamentos relativos ao Dia da Expiação. — Levíticos 16:8, 10, 26.
É controversial a etimologia desta palavra. Se nos apegarmos à grafia contida no texto massorético hebraico, então ‛aza’·zél parece ser uma combinação de dois radicais que significam “bode” e “desaparecer”. Daí o significado de “Bode Que Desaparece”. Segundo outra derivação, baseada na crença de que tenha havido a transposição de duas consoantes, significa “Força de Deus”. A Vulgata latina verte a palavra hebraica por caper emissarius, isto é, “bode emissário” ou “bode expiatório”. E a expressão grega usada na Septuaginta significa “aquele que leva embora (afasta) o mal”.


Dois bodes (cabritinhos) eram obtidos da assembléia dos filhos de Israel pelo sumo sacerdote para uso no anual Dia da Expiação. Pelo lançamento de sortes, um bode era designado “para Jeová”, e o outro “para Azazel”. Depois de se sacrificar o novilho para o sumo sacerdote e sua casa (sem dúvida, incluindo todos os levitas), sacrificava-se o bode para Jeová como oferta pelo pecado. Todavia, o bode para Azazel era mantido vivo por algum tempo “perante Jeová para fazer expiação por ele, a fim de ser enviado ao ermo, para Azazel”. A expiação para este bode vivo procedia do sangue do bode para Jeová, bode que acabara de ser morto como oferta pelo pecado, visto que a vida da carne está no sangue. O valor do sangue, ou valor da vida, do bode morto era assim transferido para o bode vivo, ou o bode para Azazel. Assim, embora não fosse morto pelo sacerdote, este bode vivo levava sobre si um mérito expiatório de pecados ou um valor de vida. Ser ele apresentado perante Jeová evidentemente indica que este reconhecia tal transferência do mérito ou poder expiatório. Algo correspondente a isso era a maneira prescrita de purificação do israelita que ficara curado da lepra, ou a purificação duma casa curada desta praga. Neste caso, mergulhava-se uma ave viva no sangue duma ave que fora morta. Permitia-se então que a ave viva saísse voando, levando consigo o pecado.


Ambos os bodes deviam ser imaculados, sadios e o mais parecidos possível entre si. Antes de se lançar a sorte sobre eles, ambos os bodes tinham a possibilidade de ser escolhidos como o bode para Jeová. Depois de sacrificar o bode para Jeová, o sumo sacerdote punha as mãos sobre a cabeça do bode vivo e confessava os pecados do povo sobre ele. Este bode era então mandado embora, sendo levado ao ermo por “um homem preparado”. Deste modo, o bode para Azazel simbolicamente levava embora os pecados do povo, do ano que passou, desaparecendo com eles no ermo.


Conforme explicou o apóstolo Paulo, por Jesus oferecer a sua própria vida humana perfeita pelos pecados da humanidade, ele realizou muito mais do que se conseguira com “o sangue de touros e de bodes”. (Hebreus 10:4, 11, 12) Ele serviu assim de “bode expiatório”, carregando “as nossas doenças”, “sendo traspassado pela nossa transgressão”. (Isaías 53:4, 5; Mateus 8:17; 1Pedro 2:24) Ele “carregou” os pecados de todos os que exercem fé no valor do seu sacrifício. Demonstrou a provisão de Deus, de acabar completamente com a pecaminosidade. Destas maneiras, o bode “para Azazel” retrata o sacrifício de Jesus Cristo. (fonte: arquivo pessoal)

12 de julho de 2010

Baphomet

Baphomet não é propriamente o diabo, é uma figuar iniciática, e cuja representação mais conhecida é devida ao ocultista Eliphas Levi (Alphonse Luís Constant).

História do Baphomet
A história em torno do Baphomet foi intimamente relacionada com a da Ordem do Templo, ou Ordem dos Templários, pelo Rei Filipe IV de França e com apoio do Papa Clemente V, ambos com o intuito de desmoralizar a ordem, pois o primeiro era seu grande devedor e o segundo queria revogar o tratado que isentava os Cavaleiros Templários de pagar taxas a igreja Católica.
A Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão, também conhecida como Ordem do Templo, foi fundada no ano de 1118. O objetivo dos cavaleiros templários era supostamente proteger os peregrinos em seu caminho para a Terra Santa. Eles receberam como área para sua sede o território que corresponde ao Templo de Salomão, em Jerusalém, e daí a origem do nome da Ordem.
Segundo a história, os Cavaleiros tornaram-se poderosos e ricos, mais que os soberanos da época. Segundo a lenda, eles teriam encontrado no território que receberam documentos e tesouros que os tornaram poderosos. Segundo alguns, eles ficaram com a tutela do Santo Graal (a respeito do qual falarei mais em outra postagem) além de outros tesouros da tradição católica.
Em 13 de outubro de 1307, uma sexta-feira, sob as ordens de Felipe, o Belo (homem torpe e grande devedor de dinheiro para a Ordem e favores para o grão-mestre Jacques DeMolay, sendo este inclusive padrinho de seu filho) e com o apoio do Papa Clemente V, os cavaleiros foram presos, torturados e condenados à fogueira, acusados de diversas heresias. Daí o motivo de sexta-feira 13, na cultura ocidental, estar associada a maus presságios.

A Igreja acusava os templários de adorar o diabo na figura de uma cabeça com chifres que eles chamavam Baphomet (a partir daí criou-se a crença de um demônio chifrudo), de cuspir na cruz, e de praticar rituais de cunho sexual, inclusive práticas homossexuais (embasado no símbolo da Ordem, que era representado por dois Cavaleiros usando o mesmo cavalo). O Baphomet tornou-se o bode expiatório da condenação da Ordem pela Igreja Católica e da matança de templários na fogueira que se seguiu a isto.

Origem da expressão “Baphomet”
A origem da palavra Baphomet ficou perdida, e muitas especulações podem ser feitas, desde uma corruptela de Muhammad (Maomé – o nome do profeta do Islã), até Baph+Metis do grego “Batismo de Sabedoria”. Outra teoria nos leva a uma composição do nome de três deuses: Baph, que seria ligado ao deus Baal; Pho, que derivaria do deus Moloc; e Met, advindo de um deus dos egípcios, Set.
A palavra “Baphomet” em hebraico é como segue: Beth-Pe-Vav-Mem-Taf. Aplicando-se a cifra Atbash (método de codificação usado pelos Cabalistas judeus), obtém-se Shin-Vav-Pe-Yod-Aleph, que soletra-se Sophia, palavra grega para “sabedoria”.

Significados possíveis
-O símbolo fálico de Baphomet, haja vista que em uma de suas representações há a presença literal do falo devidamente inserido em um vaso (símbolo claro da vulva). O Baphomet de Levi possui mamas de mulher e o pênis é metaforicamente representado por um Caduceu. Este tipo de simbologia sexual aparece com freqüência na alquimia (o coito do rei e da rainha) (andrógino), com a qual o ocultismo tem relação.
- O falo do Baphomet é o Caduceu de Hermes, representando a Kundalini e as energias sexuais ativadas, a virilidade e todo o desenvolvimento dos chakras.
-A imagem possui a cabeça com características de chacal, touro e bode, representando os chifres da sabedoria, virilidade e abundância. O chacal representa Anúbis (o deus-chacal) e também o “Mercúrio dos Sábios”, o Touro representa o elemento terra e o “Sal dos Filósofos” e o bode representa o Fogo e o “Enxofre fixo”. Juntos, a cabeça da imagem representa os três princípios da Alquimia.
-A tocha entre seus chifres representa a sabedoria divina e a iluminação. Tochas estão associadas ao espirito nos 4 elementos e colocadas sobre a cabeça de uma imagem representam a inspiração divina. Isso pode ser observado até os dias de hoje, em personagens de quadrinhos que, quando tem uma idéia, aparece uma lâmpada sobre suas cabeças. (curioso, não?). Além disso, a tocha pode também representar os ideais iluministas, como na estátua da liberade em Nova York.
-A figura do Baphomet também é relacionada as virgens que apresentavam anomalias em seus bustos. As virgens de 3 mamilos e as virgens de apenas 1 seio era tatuadas com a cabeça do Baphomet para que nenhum homem pudesse tocá-las. Diziam que as mulheres com tais anomalias genéticas eram amaldiçoadas.
-O conjunto dos dois chifres também representam as duas colunas na Árvore da Vida e o fogo sendo o equilíbrio entre elas. A lua branca representa a magnanimidade de Chesed (Júpiter) e a lua negra o rigor de Geburah (Marte).
- O pentagrama na testa de Baphomet representa Netzach (Vênus), o Pentagrama, o símbolo da proteção e da magia. Importante notar que ele se encontra voltado com a ponta para cima. As pernas cruzadas associadas ao cubo representam Malkuth, a manifestação final das forças da Árvore da Vida, o último estágio da energia onde ela se solidifica. Porém, Malkuth não é formada apenas pela matéria, mas também seu aspecto psíquico e sutil.
- Nos braços do Baphomet estão escritos “Solve” no braço que aponta para cima e “Coagula” no braço que aponta para baixo. Solve representa “dissolver a luz astral” e coagula significa “coagular esta luz astral no plano físico”. Em outras palavras: tudo aquilo que você desejar e mentalizar no plano astral irá se manifestar no plano físico.
- Os braços nesta posição representam o “Tudo o que está acima é igual ao que está abaixo”, ou “O microcosmo é igual ao macrocosmo”, ou “Assim na Terra como no Céu”.
Os quatro elementos estão encerragos em alegorias:
Escamas, representando o domínio sobre as águas, ou emoções.
Asas, representando o domínio sobre o Ar, ou a razão.
Patas de bode, representando seu domínio sobre a Terra, ou o material. Também representam a escalada espiritual.
Fogo em seus chifres, representando o domínio sobre o Fogo.
- Os seios representam a maternidade e a fertilidade, e também o hermafroditismo, simbolizando que a alma não possui sexo e que não “somos” homens ou mulheres, mas “estamos” homens ou mulheres.
-A figura representa a Esfingie, aquela que guarda os portais das iniciações, pela qual os covardes não passarão. Aquele que teme uma figura por pura ignorância nunca será um iniciado.
- A imagem está parcialmente coberta, parcialmente vestida, representando que o corpo não está apenas no plano material (roupas), mas por debaixo da matéria está também o espírito (parte nua).
- Baphomet está sentado sobre o cubo. O cubo e o número 4 representam o Plano Material, e estar sentado sobre ele representa o domínio sobre o plano material.
Pode ser interpretado em seu aspecto metafísico, onde pode representar o espírito divino que “ligou o céu e a terra”, Isto pode ser visto no Baphomet de Eliphas Levi, que aponta com um braço para cima e com o outro para baixo (em uma posição muito semelhante a representações de Shiva na Índia). No ocultismo isto representaria o conceito que diz “assim em cima como embaixo”.

Muito embora várias tenham sido suas supostas representações, a única imagem de Baphomet encontrada em um santuário templário consta de uma cabeça humana com três faces, cada uma representando uma face de Deus (o Deus Judeu, o Deus Islâmico e o Deus Cristão). Hoje sabe-se que a figura do bode de Mêndes, a qual Eliphas Levi atribuiu o “posto” de Baphomet, não passa de uma figura ocultista que nada tem aver com o Baphomet Templário.



Baphomet Por Eliphas Levi
Na classificação e explicação das gravuras de seu livro Dogma e Ritual da Alta Magia, Eliphas Levi classifica a imagem de Baphomet como a figura panteística e mágica do absoluto. O facho representa a inteligência equilibrante do ternário e a cabeça de bode, reunindo caracteres de cão, touro e burro, representa a responsabilidade apenas da matéria e a expiação corporal dos pecados.
As mãos humanas mostram a santidade do trabalho e fazem o sinal da iniciação esotérica a indicar o antigo aforismo de Hermes Trismegisto: “o que está em cima é igual ao que está embaixo”. O sinal com as mãos também vem a recomendar aos iniciados nas artes ocultas os mistérios. Os crescentes lunares presentes na figura indicam as relações entre o bem e o mal, da misericórdia e da justiça. A figura pode ser colorida no ventre (verde), no semicírculo (azul) e nas penas (diversas cores).
Possuindo seios, o bode representa o papel de trazer à Humanidade os sinais da maternidade e do trabalho, os quais são signos redentores. Na fronte e embaixo do facho encontra-se o signo do microcosmo a representar simbolicamente a inteligência humana.
Colocado abaixo do facho o símbolo faz da chama dele uma imagem da revelação divina. Baphomet deve estar assentado ou em um cubo e tendo como estrado uma bola apenas ou uma bola e um escabelo triangular.

Bibliografia:
Dogma e Ritual de Alta Magia. Eliphas Levi

Dragão, origem do mito


Aqui transcrevo um pouco do mito do dragão sua história, a origem desse mito, ou deveria dizer "mitos". Devido ao tamanho do post decidi que o melhor seria dividir o conteúdo e postá-los separadamente, neste post falo um pouco da origem do nome e seu significado.

Dragões (do grego drákon, δράκωυ) são criaturas presentes na mitologia de quase todas as asntigas civilizações. São representados como animais de grandes dimensões, normalmente de aspecto reptiliano (semelhantes a imensos lagartos ou serpentes), muitas vezes com asas, plumas, poderes mágicos ou hálito de fogo. A palavra dragão é originária do termo grego drakôn, usado para definir grandes serpentes.

Em vários mitos eles são apresentados literalmente como grandes serpentes, como eram inclusive a maioria dos primeiros dragões mitológicos, e em suas formações quiméricas mais comuns. A variedade de dragões existentes em histórias e mitos é enorme, abrangendo criaturas bem mais diversificadas. Apesar de serem presença comum no folclore de povos tão distantes como chineses ou europeus, os dragões assumem, em cada cultura, uma função e uma simbologia diferentes, podendo ser fontes sobrenaturais de sabedoria e força, ou simplesmente feras destruidoras.


Origem dos mitos

Muito se discute a respeito do que poderia ter dado origem aos mitos sobre dragões em diversos lugares do mundo. Em geral, acredita-se que possam ter surgido da observação pelos povos antigos de fósseis de dinossauros e outras grandes criaturas, como baleias, crocodilos ou rinocerontes, tomados por eles como ossos de dragões.
Por terem formas relativamente grande, geralmente, é comum que estas criaturas apareçam como adversários mitológicos de heróis lendários ou deuses em grandes épicos que eram contados pelos povos antigos, mas esta não é a situação em todos os mitos onde estão presentes. É comum também que sejam responsáveis por diversas tarefas míticas, como a sustentação do mundo ou o controle de fenômenos climáticos. Em qualquer forma, e em qualquer papel mítico, no entanto, os dragões estão presentes em milhares de culturas ao redor do mundo.


As mais antigas representações mitológicas de criaturas consideradas como dragões são datadas de aproximadamente 40.000 a. C., em pinturas rupestres de aborígines pré-históricos na Austrália. Pelo que se sabe a respeito, comparando com mitos semelhantes de povos mais contemporâneos, já que não há registro escrito a respeito, tais dragões provavelmente eram reverenciados como deuses, responsáveis pela criação do mundo, e eram vistos de forma positiva pelo povo.

"Opus Magna" - A Pedra Filosofal


A Pedra é a meta da Grande Obra. Foi visto como uma pedra de toque mágica que poderia aperfeiçoar qualquer substância ou situação imediatamente. A Pedra Filosofal foi associada com o Sal do Mundo, o Corpo Astral, o Elixir, e Jesus Cristo.

A história
A Pedra Filosofal era o principal objetivo dos alquimistas. Segundo a lenda, era um objeto que poderia aproximar o homem de Deus. Com ela o alquimista poderia transmutar qualquer metal inferior em ouro, como também obter o Elixir da Longa Vida, que permitiria prolongar a vida indefinidamente. O trabalho relacionado com a pedra filosofal era chamado pelos alquimistas de “A Grande Obra” (“Opus Magna”). A lenda da pedra filosofal não existe na alquimia chinesa.

Aparentemente, o trabalho de laboratório dos alquimistas na busca pela pedra filosofal era, na verdade, uma metáfora para um trabalho espiritual. Neste sentido, a transmutação dos metais inferiores em ouro seria a transformação de si próprio de um estado inferior para um estado espiritual superior. A busca por esta pedra filosofal é, em certo sentido, a busca pela evolução do caráter, na maçonaria isto é bem claro visto que o propósito é lapidar a pedra bruta do Eu.

Torna-se mais clara a razão para ocultar toda e qualquer conotação espiritual deste trabalho, na forma de manipulação de “metais”, se nos lembrarmos que na Idade Média qualquer um poderia ser acusado de heresia, satanismo e outras coisas, acabando por ser queimado na fogueira.

A pedra filosofal poderia não só efetuar a transmutação, mas também elaborar o Elixir da Longa Vida, uma panacéia universal, que prolongaria a vida indefinidamente. Isto demonstra as preocupações dos alquimistas com a saúde e a medicina. Vários alquimistas são considerados precursores da moderna medicina, e entre eles destaca-se Paracelso, pseudônimo de Theophrastus Bombastus Von Hohenheim. (sim, é mais fácil chamá-lo pelo apelido).


Como fruto de suas investigações na alquimia, criou remédios e descobriu caracterísicas de muitas enfermidades. Acredita-se que Paracelso foi o precursor da homeopatia moderna, pois ele assegurava que "o aparelho cura o aparelho", fabricando seus medicamentos com base nessa teoria.


Ao longo da história a criação da pedra filosofal foi atribuida à várias personalidades, como Paracelsus e Fulcanelli, porém é inegável que a lenda mais famosa refere-se à Nicolas Flamel, (imagem a esquerda) um alquimista real que viveu no século XIV, segundo o mito Flamel encontrou um livro sobre cabala e alquimia que pertencera à Abraão, por meio deste livro pode fabricar a pedra, segundo a lenda, este seria razão da riqueza de Flamel, que inclusive fez várias obras de caridade, adornando-as com símbolos alquímicos, ao falecer, a casa de Flamel foi saqueada por caçadores de tesouros ávidos por encontrar a pedra filosofal.


A lenda conta que, na realidade, ambos, Flamel e sua esposa, não morreram, e que em suas tumbas foram encontradas apenas suas roupas no lugar de seus corpos. Conta-se também que após desaparecerem misteriosamente, ele e sua esposa foram vistos aqui e ali com um estranho tom dourado na pele, sem mostrar sinais de envelhecimento. Em 1818, apareceu em Paris um homem que dizia ser Flamel, Oferecendo os segredos da pedra filosofal. Realidade ou fantasia?

(fontes: site symbolom.com e arquivos pessoais)

Sangue

É símbolo da parte emocional da alma humana, simboliza também o pacto entre o indivíduo e os poderes divinos ou demoníacos. Nos ritos dos essênios, o sangue menstrual era equiparado ao sangue de Cristo, enquanto que o sêmem era o seu corpo. O sangue de Cristo representa o poder primitivo da vida com profundo potencial no plano psíquico, para o bem e para o mal, que contém em si, a reconciliação dos opostos. Elemento extremamente precioso e potente, corresponde a própria vida da alma, assim como a poção da imortalidade. O sangue possui um vínculo bastante estreito com o afeto; e pois um símbolo da essência da vida com conotação de vida afetiva e que pode ser traduzida por paixão, desejo e violência.


O derramamento de sangue simboliza a intensidade da vida psíquica disponível para ser vivenciada e que não se pode lhe negar a realização pois pressuporia a compensação noutro setor. Nessas imagens, quando surgidas em sonhos, há sempre uma mensagem de que não é admissívil a repressão, pois esta seria a morte interna que traria reflexos externos. A substância do sangue tanto pode simbolizar o tormento como a salvação e isso vai depender exclusivamente do ego que vai vivenciar a experiência.


Na alquimia, o sangue simboliza duas diferentes operações, quais sejam : a solutio e a calcinatio. Enquanto substância fluida, está ligado a experiência da solutio; e sua associação ao fogo, vincula-o a operação da calcinatio. Equiparado ao fogo, podemos associar o batismo de sangue com a mesma simbologia do batismo de fogo.

8 de julho de 2010

ROMANTISMO

A priori não tencionava acrescentar este post, mas devido ao fato de, durante a história do homem, o romantismo estar de certa forma ligado à sentimentos obscuros decidi acrescentá-lo, até mesmo para que houvesse uma visão mais ampla de parte das origens do pensamento obscuro e seu alcance na cultura.
1. Contexto Histórico


O século que se seguiu à Revolução francesa foi um período de mudanças rápidas e profundas. Em confronto com ele, a vida nas épocas precedentes parece quase estacionária. Jamais em tão breve espaço de tempo, houve alterações tão radicais nos modos de vida ou uma subversão de tradições veneráveis, em tão larga escala. uma avalancha de inventos novos acelerou o ritimo da vida a um ponto que ultrapassava os mais ousados sonhos de Leonardo da Vinci ou de Newton. Quando a Revolução Francesa terminou, a Europa contava com 180 milhões de habitantes. Em 1914, essa população atingira o total quase incrível de 460 milhões. Nunca se tinha verificado, em épocas anteriores, algo semelhante a tal acréscimo, em pouco mais de um século. Em consequencia desta e de outras mudanças, a vida do homem moderno assumiu um grau de complexidade e variedade até então desconhecido. Os novos ideais sociais e políticos multiplicaram-se, em desconcertante confusão. Foi uma época de alterações contínuas, de tendências em conflito e de agudas divergências sobre os problemas sociais.


Assim o historiador Edward Burns sintetiza o caráter da nova época em que surgiu o estílo de época denominado Romantismo.


A origem do Romantismo prende-se ao progresso político, econômico e social da burguesia. Após a Revolução Francesa (1789), o absolutismo entra em crise, dando lugar ao liberalismo, doutrina fundamentada na crença da capacidade individual do homem.

O Arcadismo representava uma imitação dos modelos clássicos; o Romantismo vai propor total liberdade de criação, não obedecendo a modelos preestabelecidos, representando, pois, uma ruptura dos padrões aceitos até então.


Victor Hugo, escritor francês do século XIX, preconiza:

"Metamos o martelo nas teorias, nas poéticas e nos sistemas. Abaixo esse velho reboco que mascara a fachada da arte! Nada de regras nem de modelos!"

2. Manifestações Artísticas


A. Pintura


Essa liberdade de criação desencadeia um emocionalismo tempestuoso. Observe a dramaticidade desse quadro que mostra um tema histórico: a Revolução de 1830.


A LIBERDADE GUIANDO O POVO. Eugène Delacroix.

outras obras do período

A BARCA DE DANTE. Eugène Delacroix


LA MAJA DESNUDA. Goya




EL COLOSSO. Goya


B. Arquitetura e Escultura

A influência do Romantismo não se fez sentir com muita intensidade na Arquitetura. O que se observa é uma mistura de vários estilos que vão do Gótico Medieval ao Barroco. Reflete as transformações consequentes da industrialização e da valorização da vida urbana ocorridas no final do século XVIII e início do século XIX, utilizando novos materiais como o ferro e depois o aço. A construção de edifícios (público e de aluguel) visava atender a média e alta burguesia, preocupadas apenas com o maior rendimento da exploração. Porém, fora deste contexto urbano, as igrejas e palácios conservaram algumas características de outros estilos, como o gótico e o clássico.
Destaca-se: Charles Garnier, responsável pelo teatro da Ópera de Paris; Charles Barry e Augustus Puguin, que reconstruíram o Parlamento de Londres; e Waesemann, na Alemanha, responsável pelo distrito neogótico de Berlim. Segue-se os monumentos funerários, as homenagens históricas, estátuas equestres e a decoração arquitetônica num estilo tanto clássico como barroco. A inovação ocorreu na temática com a representação de animais de terras exóticas em cenas de caça ou luta em detrimento dos temas religiosos.


Destacam-se os escultores: Antoine Louis Barye (1796-1875) na França; Lorenzo Bartolini (1777-1850) na Itália; e François Rude (1784-1855) com o alto-relevo "A Marcha dos Voluntários de 1792" no Arco da Estrela em Paris. (Fonte: www.she.art.br)

C. Música
A música do período também é uma reação à rigidez do classicismo, passando agora a ser encarado como expressão dos estados de alma, sentimentos e paixões humanas. Os dois maiores músicos do Romantismo foram Beethoven e Schubert.











(Beethoven, música)




(Franz Peter Schubert, música)

D. Literatura

As características do Romantismo na literatura também são decorrentes de uma visão de mundo centrada no individualismo.
Esse individualismo se traduz em:
Liberdade de criação;
Insaciedade humana;
Heróis grandiosos;
Evasão;
Senso de Mistério;
Reformismo e


"Mal do século" que é característico da segunda geração romântica inspirada pelos poetas europeus, principalmente Lord Byron, nossos poetas vão cantar os amores impossíveis, o desejo pela morte, a indecisão entre uma vida de liberdade ou religiosa, e a incompreensão do mundo, aliada ao desejo de evasão. É o que Fagundes Varela chamou de "a escola de morrer jovem". Destacam-se nessa segunda geração os fervorosos versos do próprio Fagundes Varela, Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu e Junqueira Freire.

A biografia, bem como o download das obras de alguns desses autores podem ser encontradas neste link.