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28 de novembro de 2010

Caixões e lingerie

Pois é, de acordo com o site Diário Digital uma funerária polonesa lançou um calendário com imagens de modelos usando lingerie e posando junto a caixões, lançando a polémica na Polónia, um país com uma larga maioria de católicos na população.
A ideia é semelhante ao calendário lançado no ano passado pelo fabricante italiano de caixões Cofanifunebri, que apresentava modelos com um visual gótico junto aos seus produtos. Um porta-voz da Igreja polaca classificou o calendário da Lindner como «chocante e de mau gosto». «A morte não é sexy e as conotações apresentadas no calendário são, no mínimo, perturbadoras».
A Lindner afirma que vendeu três mil calendários no ano passado, esperando superar essa marca este ano. O jeito agora é esperar pra ver se realmente as vendas vão ser maiores. Enquanto isso o leitor pode dar uma olhada em algumas dessas imagens e tirar suas próprias conclusões.

A Fada Verde - Absinto

Poucas bebidas têm uma bagagem cultural tão representativamente obscura quanto o absinto. De tão influente na cultura obscura esta bebida de uma sensual tonalidade verde já foi representada diversas vezes na arte, seja na pintura na literatura ou em épocas mais recentes até mesmo no cinema.
A história do absinto começa em 1792, quando o médico e monarquista francês Pierre Ordinaire, exilado na Suíça, utilizou a planta Artemisia absinthium para fabricar uma poção digestiva. Poucos anos depois,ele adicionou álcool à fórmula para potencializar seus efeitos.

E falar nos efeitos do absinto é falar no Thujon. E o que é o Thujon?


Thujon é o principio ativo da planta Artemisia absinthium e Artemisia pontica. Também encontra-se thujon na sálvia e no estragão, utilizados normalmente na culinária. Diz-se que o thujon em altas quantidades pode ter efeitos alucínogenos. Thujon em excesso pode trazer diversos males à saúde. O que explicaria, pelo menos em parte, a proibição de sua comercialização em 1915 em praticamente todo o mundo.
O medicamento do doutor Ordinaire tornou-se coqueluche na suíça e rapidamente atravessou fronteiras. Já carregava nessa época uma forte dose de mitologia. Espalhou-se que suas virtudes iam muito além da cura dos males do estômago, tornando seus usuários mais bem-dispostos para o trabalho. Por causa de seus poderes milagrosos e da sua cor esverdeada, os mais entusiasmados apelidaram-no de Fada Verde. Nas horas de descanso, Toulouse-Lautrec não deixava de dar suas bebericadas. Oscar Wilde e Paul Verlaine escreveram poemas em seu louvor. Degas, Manet, Van Gogh e Picasso fizeram o mesmo em seus quadros, além de escritores como Edgar Allan Poe que era grande apreciador da bebida.










1792 - Dr. Pierre Ordinaire cria a receita do Absintho

1797 - Henri Louis abre a primeira desilaria de Absintho

1805 - Heni Louis abre a primeira grande desilaria de Absintho

1908 - Absintho é proibido na Suíca

1915 - A França e o resto do mundo proibem o Absintho

1931 - Portugal começa a produzir Absintho

2000 - O Absintho é comercializado no Brasil

fonte: absinte sites.uol.com.br

21 de novembro de 2010

Moloque

O nome Moloque vem duma raiz que significa “reinar” ou “rei”, mas com as vogais, na língua original, de bó·sheth, “vergonha”, para indicar repugnância.

Deidade especialmente associada com os amonitas; possivelmente o mesmo que Milcom. No livro bíblico de Jeremias 32:35, Moloque é mencionado em paralelo com o deus Baal, o que sugere, se não uma identificação, pelo menos alguma relação entre os dois. Diversas autoridades consideram “Moloque” mais como título, em vez de como nome duma deidade específica, e, portanto, apresentou-se a idéia de que a designação “Moloque” talvez tenha sido aplicada a mais de um deus.

Concorda-se em geral que o Malcão mencionado no livro bíblico de 2 Samuel seja a imagem-ídolo do deus amonita Milcom, ou Moloque, embora o termo hebraico possa ser vertido por “seu rei”. Anteriormente, no relato bíblico, no entanto o rei amonita é chamado pelo seu nome Hanum; portanto, é razoável concluir que apareceria o nome Hanum em vez de Malcão no registro bíblico, se a referência fosse ao rei, em vez de ao ídolo. Também, acha-se improvável que um rei usasse uma coroa que pesava cerca de 34 kg. Pelo mesmo motivo, sugeriu-se que Davi colocou a coroa de Malcão na cabeça apenas temporariamente, talvez para indicar sua vitória sobre o deus falso. Segundo a versão do Targum, adotada por diversos tradutores, a coroa tinha apenas uma jóia preciosa. Isto tem dado margem à idéia de que era antes a jóia preciosa, em vez de a própria coroa, que veio a estar na cabeça de Davi.

Sacrifícios de Crianças a Moloque.

O ‘passar pelo fogo’ para Moloque, conforme algumas traduções da bíblia, tem sido considerado por alguns como significando um ritual de purificação, por meio do qual as crianças eram devotadas ou dedicadas a Moloque; outros entendem que se tratava do sacrifício real. Conforme a própria referência bíblica o Rei Acaz, de Judá, “passou a queimar seus filhos [“seu filho”, Sy] no fogo”. A passagem paralela em 2 Reis 16:3 reza: “Fez até mesmo seu próprio filho passar pelo fogo.” Isto indica que “passar pelo fogo” pelo menos algumas vezes é sinônimo de sacrifício. Ainda segundo se crê os rituais poderiam incluir orgias sexuais.

Todavia, é provável que a adoração de Moloque não era sempre e em todo lugar igual. Por exemplo, o Rei Salomão, sob a influência das suas esposas estrangeiras, construiu altos para Moloque e para outras deidades, mas só no tempo de Acaz se faz menção de sacrifícios de crianças. Sem dúvida, se esta prática tivesse existido anteriormente, teria sido denunciada junto com as outras formas de idolatria existentes nos reinados dos diversos reis. Por este motivo, alguns comentadores são a favor do conceito de que a expressão “passar pelo fogo” se aplicava originalmente a um rito de purificação, e posteriormente passou a significar o próprio sacrifício.




Acaz e Manassés são os únicos reis de Judá mencionados como fazendo seus filhos passar pelo fogo. Todavia, em vista do ímpeto dado por estes dois reis ao sacrifício de crianças, esta prática parece ter ficado arraigada entre os israelitas em geral. As crianças, pelo menos ocasionalmente, eram primeiro mortas, em vez de serem queimadas vivas.

O Rei Josias profanou Tofete, principal centro da adoração de Moloque em Judá, a fim de impedir que as pessoas fizessem seus filhos passar pelo fogo. Mas isso não erradicou esta prática para sempre. Ezequiel, que começou a servir como profeta 16 anos depois da morte de Josias, menciona a ocorrência dela nos seus dias.

Apresentou-se a idéia de que o Moloque a quem se sacrificavam as crianças tinha a forma de homem, mas cabeça de touro. Diz-se que esta imagem era aquecida até ficar rubro, e as crianças eram lançadas nos seus braços estendidos, caindo assim na fornalha ardente embaixo. Este conceito baseia-se na maior parte na descrição do Cronos ou Moloque cartaginês, fornecida pelo historiador grego Diodoro da Sicília, do primeiro século A.c. — Diodorus of Sicily (Diodoro da Sicília), XX, 14, 4-6.

19 de novembro de 2010

Lilith e a crônica de Caim

Abaixo trecho de O Livro de Nod onde é narrada a história de Caim segundo uma versão diferente daquela corrente do Gênesis cristão. No trecho reproduzido conta-se como Caim, depois de ter sido expulso de sua terra pelo Único Acima [Deus], teria sido encontrado por uma mulher que lhe acolheu e o introduziu às artes secretas do sangue.

A mulher em questão era Lilith a primeira esposa de seu pai, Adão.
"Eu sonho com os primeiros tempos; a memória mais longa; eu falo dos primeiros tempos; o mais velho Pai que eu canto dos primeiras tempos e o amanhecer da Escuridão. Em Nod, onde a luz do paraíso ilumina o céu noturno e as lágrimas de nossos pais molharam o solo, cada de nós, de algum modo, define viver e levar nosso alimento da terra.

E eu, Caim o primeiro-nascido, eu, com coisas afiadas, plantei as sementes, no escuro as molhei nas suas covas de terra, as assisti crescer; e Abel, o segundo-nascido Abel, cuidou os animais ajudado por seus herdeiros de sangue e alimentaram-se deles, os assistiam crescer.

Eu o amo, meu Irmão. Ele era o mais luminoso, o mais doce, o mais forte. Ele foi o primeiro motivo de toda minha alegria. Então um dia que nosso Pai disse a nós: Caim, Abel, sobre Mim vocês tem que fazer um sacrifício – um presente da primeira parte de tudo aquilo que vocês têm. E eu, Caim o primeiro-nascido, eu juntei os brotos tenros, as frutas mais luminosas, a mais doce grama. E Abel, o segundo-nascido, Abel sacrificou o mais jovem, o mais forte, o mais doce dos seus animais. No altar de nosso Pai nós pusemos nossos sacrifícios e acendemos fogo debaixo deles e assistimos que a fumaça os levasse até o único Acima. O sacrifício de Abel, o segundo-nascido, cheirou docemente ao único Acima e Abel foi santificado. E, eu, Caim o primeiro-nascido, eu fui golpeado de além por uma palavra severa e uma maldição, por meu sacrifício ser desmerecido. Eu olhei o sacrifício de Abel, ainda fumegando, a carne, o sangue. Eu chorei, eu cerrei meus olhos eu rezei noite e dia; e quando o Pai disse: o tempo por sacrifício veio novamente e Abel conduziu seu mais jovem, seu mais doce, seu mais amado para o fogo sacrificial, eu não levei o meu mais jovem, meu mais doce, porque eu sabia o único Acima não os quereria.
E meu irmão, amado Abel disse para mim, Caim, você não trouxe um sacrifício, um presente da primeira parte de sua alegria, para queimar no altar do único Acima. Eu chorei lágrimas de amor por mim e então, com ferramentas afiadas, sacrifiquei a que foi a primeira parte de minha alegria, meu irmão. O sangue de Abel cobriu o altar e cheirou docemente quando queimou. Mas meu Pai disse "Amaldiçoado é você, Caim que matou seu irmão". Eu fui expulso assim como deveria ser e Ele me exilou para vagar na Escuridão, na Terra de Nod. Eu voei na Escuridão; não vi fonte de luz e eu tive medo. Eu estava só.


A Magia de Lilith

Eu estava só na Escuridão e eu tive fome. Eu estava só na Escuridão. E eu tive frio. Eu estava só na Escuridão e eu chorei. Então veio até mim uma doce voz, uma voz de mel. Palavras de auxílio. Palavras de conforto. Uma mulher, sombria e adorável, com olhos que perfuravam a escuridão, veio a mim.
"Eu conheço sua história", Caim de Nod. Ela disse, sorrindo. "Você tem fome. Venha! Eu tenho comida. Você tem frio. Venha! Eu tenho roupas. Você está triste. Venha! Eu tenho conforto." Quem confortaria um amaldiçoado como eu? Quem me vestiria? Quem me alimentaria ? "Eu sou a primeira esposa de seu Pai, aquela que discordou com o único Acima e ganhou Liberdade na Escuridão. Eu sou Lilith. Uma vez, eu tive frio, e não havia nenhum calor para mim. Uma vez, eu tive fome, e não havia nenhuma comida para mim. Uma vez eu estava triste, e não havia nenhum conforto para mim."




Ela me alojou, ela me alimentou. Ela me vestiu. Nos braços dela, eu achei conforto. Eu chorei até sangue gotejou de meus olhos e ela os beijou. E eu morei durante um tempo na Casa de Lilith e lhe perguntei: "Fora da Escuridão, como você construiu este lugar? Como você fez roupas? Como você cultivou comida?" E Lilith sorriu e disse, ao contrário de você, eu estou "Acordada". Eu vejo as Linhas que giram ao redor de você. Eu faço o que eu preciso com Poder. "Desperte-me, então, Lilith" - eu disse. "Eu tenho necessidade deste Poder. Então, eu poderei fazer minhas próprias roupas, fazer minha própria comida, fazer minha própria casa."

A preocupação dobrou as sobrancelha de Lilith. "Eu não sei o que fazer para você Despertar, porque você verdadeiramente é amaldiçoado por seu Pai. Você poderia morrer. Você poderia mudar para sempre." Caim disse: 'Mesmo assim, uma vida sem Poder não será pago vivendo. Eu morreria sem seus presentes. Eu não viverei como seu Thrallî." Lilith me amou, e eu soube isto. Lilith faria o que eu pedi, entretanto ela não desejou isto. E assim, Lilith, os olhos brilhantes de Lilith, me Despertaram. Ela se cortou com uma faca sangrou para mim em uma tigela. Eu bebi profundamente. Era doce. E então eu entrei no Abismo. eu caí eternamente, caindo na escuridão mais profunda.

A Tentação de Caim


E para a Escuridão veio uma luz-fogo brilhando luminoso à noite. E o arcanjo o Michael se revelou para mim. Eu era destemido. Eu perguntei o que ele queria. Michael, General do Céu, portador da Chama Santa, disse para mim: "Filho de Adão, Filho de Eva, seu crime é grande, e também a clemência de meu Pai é grande. Você não se arrependerá do mal que você fez, e deixará sua clemência lavá-lo para que fique limpo?" E eu disse a Michael: "Não por graça do único Acima, mas por minha própria vontade que eu vivo, com orgulho." Michael me amaldiçoou dizendo: "Então, que você caminhe nesta terra; você e suas crianças temerão minha chama viva, que morderá profundamente e saboreará sua carne." E pela manhã, Raphael veio iluminando o horizonte, o guia do Sol, vigia do Leste. Raphael disse: "Caim de Adão, filho de Eva, seu irmão Abel o perdoou de seu pecado; você se arrepende e aceita a clemência do Todo-Poderoso?" E eu disse a Raphael: "Não pelo perdão de Abel, mas pelo meu próprio perdão." Raphael me amaldiçoou, dizendo "Então, que você caminhe nesta terra, você e suas crianças temerão o amanhecer, e os raios do sol irão queimá-lo como fogo onde quer que você se esconda. Esconda-se agora para o nascer do Sol levar sua ira até você". Mas eu achei um lugar secreto na terra e me escondi da luz ardente do Sol. Profundamente na terra, eu dormi até a Luz do Mundo ser escondida atrás da montanha da Noite. Quando eu despertei de meu dia de sono, eu ouvi o som de suaves asas avançando e eu vi as asas negras de Uriel estendidas ao redor de mim - Uriel, ceifeiro, anjo de Morte, Uriel Sombrio que mora na escuridão. Uriel falou quietamente a mim, dizendo: "Filho de Adão, Filho de Eva, o Deus Todo-Poderoso o perdoou de seu pecado. Você aceitará sua clemência e me deixará levá-lo de volta, já não amaldiçoado?" E eu disse a Uriel escuro alado: "Não pela clemência de Deus, mas minha própria vontade que eu vivo. Eu sou o que eu sou, eu fiz o que eu fiz, e isso nunca mudará." E então, por Uriel o terrível Deus Todo Poderoso me amaldiçoou, dizendo: "Então, para que você caminhe nesta terra, você e suas crianças se agarrarão a Escuridão. Você só beberá sangue. Você só comerá cinzas. Você sempre será como você estava na morte. Nunca morrerá, se mantendo vivo. Você entrará para sempre na Escuridão, tudo que você tocar irá se tornar em nada, até os últimos dias."
Eu dei um grito de angústia a esta maldição terrível e rasguei a minha carne. Eu chorei sangue. Eu peguei as lágrimas em uma xícara e as bebi. Quando eu observei minha bebida pesadamente, o arcanjo Gabriel, Gabriel gentil, Gabriel o senhor da clemência, apareceu a mim. O arcanjo Gabriel disse para mim: "Filho de Adão, Filho de Eva – vá! A clemência do Pai é maior que você sempre soube, agora há um caminho aberto, uma estrada de clemência que você chamará de Golconda e fala para suas crianças disto, para que seguindo esta estrada possam morar na Luz uma vez mais." E com isso, a escuridão foi erguida como um véu e a única luz eram os olhos luminosos de Lilith. Olhando ao redor de mim, eu soube que tinha Despertado.

Quando minhas primeiras energias surgiram através de mim eu descobri como me mover como o raio [Celeridade], como obter a força da terra [Potência], como ser como pedra [Resistência]. Lilith então mostrou para mim, como ela se esconde de caçadores [Ofuscação], como ela ordena obediência [Dominação], e como ela exige respeito [Presença]. Então, despertando-me adiante, eu achei o modo para alterar formas [Metamorfose], o modo de ter domínio sobre animais [Animalismo], o modo para fazer olhos ver o passado [Auspícios]. Então Lilith mandou que eu parasse, dizendo que eu tinha alcançado meus limites. Que eu tinha ido muito distante. Que eu ameacei minha essência. Ela usou seus poderes e me comandou que parasse. Por causa do seu poder, eu atendi, mas profundamente dentro de mim uma semente foi plantada, uma semente de rebelião e quando ela virou sua face para mim, eu me abri mais uma vez, para a Noite, e vi as possibilidades infinitas nas estrelas e soube que um caminho de poder, um caminho de Sangue eu tomei, e assim despertado em mim este Caminho Final, do qual todos os outros caminhos cresceriam. Com este mais novo poder, eu quebrei os laços que a Senhora da Noite que me vestiu. Eu deixei a Rainha Maldita naquela noite, me escondendo nas sombras, eu fugi as terras de Nod e vim para um lugar onde os demônios dela não poderiam me achar."

FONTE: Ayisha Jocastian. Livro de Nod. As Crônicas de Caim, 2002. IN ScribD
Segue abaixo link para download do livro

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15 de novembro de 2010

Samba, bossa e fantasmas

fonte: Jornal do Brasil 21/08/94
Daniela Matta

Segundo Milton Teixeira - um dos maiores especialistas em História da cidade - um roteiro de prédios assombrados no Rio de Janeiro inclui mais de 20 prédios, como o Teatro Municipal, a Fortaleza de Santa cruz em niterói e o Museu Histórico Nacional. Nestes lugares é comum se escutar gritos, sussurros e pedidos de socorro. A Fortaleza de Santa Cruz em Niterói serviu como presídio até o Golpe de 64. Nas celas vazias do subterrâneo ouvem-se gemidos e choros.







Outro prédio rico em mistério é o Museu Histórico Nacional, antigo arsenal da marinha, no Centro. Em uma de suas celas teria sido esquartejado o corpo de Tiradentes.


Além destes prédios podem-se destacar também a Biblioteca Nacional, o Museu Nacional de belas artes, a Câmara dos Vereadores, e o antigo prédio do Supremo tribunal federal. A explicação para isso vem do século XVIII, quando no local ocupado pela Câmara dos Vereadores existiam ruinas de uma capela onde eram realizados cultos satânicos.


De acordo com o que se conta a aparição mais convincente teria ocorrido em 1710, quando todo um pelotão que enfrentava piratas franceses jurou ter visto o próprio Santo Antônio participando de uma luta em defesa da cidade do Rio de Janeiro contra piratas franceses. A vitória teria feito com que Santo antônio fosse incorporado ao exército e chegasse ao cargo de tenente-coronel. Como todo ex-combatente, o Santo recebeu soldo até 1910, entregue "religiosamente" ao convento que leva seu nome, no Centro do Rio.

14 de novembro de 2010

Demonolatria 1ª parte



(Texto) Fonte: Adoração ao Diabo
CARUS, Paul. Devil Worship. History of The Devil, 1900. [Trad. e Adaptação: Ligia Cabus] ─ In Sacred-Texts.[www.sacred-texts.com/evil/hod/hod04.htm]





*parte do texto traduzido de Ligia Cabus foi readaptado nestas postagens.


Esta série de postagens foi inspirada em resultados de uma busca que fiz na internet e em arquivos pessoais sobre o tema demonolatria. O objetivo desta pesquisa foi tentar compreender o porquê da adoração de uma criatura que na grande maioria das culturas (talvez em todas) é considerada como o símbolo maior do mal, e para isso começo transcrevendo o seguinte abaixo:


'Na história da adoração a essa entidade conhecida como diabo, muitos estudiosos, como o alemão Georg Waitz [1813-1886], o inglês Sir John Lubbock [1834-1913], e o também inglês e antropólogo Edward Burnett Tylor [1832-1917] reuniram informações das quais deduziram que em um estágio dos mais "primitivos" da religião, a adoração ou veneração ao Diabo [ou seus assemelhados, o mal] precedeu o culto a um Deus benevolente e moralizador, divindade do Bem.


As divindades malignas aparecem como as personagens mais importantes no passado remoto de quase todos os sistemas de fé. Demonolatria, cultos aos Diabos, são o primeiro estágio da evolução do pensamento religioso; porque os homens, muito antes de pensarem em bençãos, curvaram-se ao meio hostil. Os homens primitivos eram primitivos mas não eram insanos: temiam o Mal e não o Bem. Assim, era natural que buscassem técnicas apaziguadoras que evitassem os infortúnios provenientes de um mal cuja origem não podiam alcançar.









O filósofo inglês, Herbert Spencer [1820-1903], acreditava que o fundamento da religião é o "Desconhecido", querendo com isso dizer que o que os selvagens adoravam [e adoram] é aquilo que eles não entendem. [Assim, o Desconhecido de Spencer é algo que não se entende e não algo que nunca se conheceu. Não é uma hipótese consistente. Um provérbio alemão diz: O que não conheço, não me preocupa; ou em português, algo como: O que os olhos não vêem o coração não sente.






Aquilo que é absolutamente desconhecido não comove o homem. Os selvagens não reverenciam o trovão porque não sabem o que é, ou porque não sabem explicar o fenômeno. Porém, conhecem suficientemente o fenômeno subseqüente, o raio, e os estragos que ele pode causar: matar, machucar, queimar sua cabana. O selvagem tem medo dos trovões e dos raios. Então, em uma tentativa de controlar a ameaça, desenvolve reverência por essa força intangível na esperança de evitar suas manifestações.



Georg Waitz, falando sobre os nativos norte-americanos das tribos da Flórida, observa que indivíduos daquelas culturas que não foram semi-cristianizados, têm, ainda [o autor escreve no século XIX, anos 1800] uma adoração [reverência] solene a um espírito do Mal, Toia ─ que atormenta suas vítimas com visões. Esses nativos pouco se preocupam com o Espírito do Bem, o qual, Ele mesmo, parece [para os nativos] pouco se importar com raça humana.







A mesma característica ocorre em tribos de amerabas, indígenas brasileiros. Esses indígenas têm a viva convicção de um Princípio do Mal [personificado na mitologia do encantado Anhangá - N. do T.] sobre eles; eventualmente, referem-se ao Bem; mas esse, o Bem, é muito menos reverenciado que o outro, o Mal. No contexto de seus esforços pela sobrevivência, os selvagens percebem o Ser Benevolente como uma entidade mais fraca, menos poderosa e/ou influente sobre o destino dos homens que o Mal, que se manifesta diariamente. Em 1605. o capitão John Smith, herói da colonização da Virgínia descrevia o culto a Okke [palavra que, aparentemente, significa além do nosso controle] escreveu:






Existe na Virgínia uma tribo tão selvagem que não possui religião além da reverência a todas as coisas que, potencialmente, podem lhes produzir qualquer dano ou das quais dependem para se manter vivos. Tais coisas, seres e elementos são, por isso, objeto de culto. [É o pensamento religioso animista em busca de apaziguamento das forças da Natureza]. O fogo, a água, o raio, o trovão, cavalos, peixes, etc.. Mas seu Deus maior, a quem chamam Oke. Diz Smith que Oke significa deuses e, assim, Oke é como um panteão resumido em uma imagem. Os nativos disseram que viram Oke e que se parece mais com eles mesmos [homens] do que poderiam imaginar. Nos templos dedicados a Oke, sua representação, entalhada, é assustadora; pintada e adornada com correntes, peças de cobre, contas. [Uma vez por ano 15 jovens são mortos, sacrificados para a gratificação de Oke...].





Práticas similares foram observadas entre quase todas as tribos caribenhas e amerabas, nas ilhas e no continente Sul-Centro-Americano. Em Hispaniola - Ilha de São Domingos [Caribe], a divindade fúnebre é Joacana. O ritual terrível faz desses indígenas alguns dos mais abomináveis entre esses primitivos adoradores do Mal. Entre os povos pré-colombianos do México, os mais civilizados da região, a idéia de um Deus de Paz e Amor não é inteiramente estranha porém, o medo do adversário, o horrendo Huitzilopochtli ainda assustava o suficiente para que os nativos manchassem os altares de seus templos com o sangue de vítimas humanas.

9 de novembro de 2010

Demonolatria 2ª parte

Na postagem anterior sob o título Demonolatria eu abordei, com base no texto traduzido por Ligia Cabus, a questão da origem da adoração do Mal como sendo anterior a adoração do Bem, nesta continuação veremos que práticas de adoração ao "Mal" estão presentes, ou pelo menos podem ser percebidas como características cerimoniais mórbidas, até mesmo em cerimônias de adoração ao bem atualmente, como remanescentes de uma idéia de apaziguamento do mal.

As antigas e clássicas civilizações também carregam esse feio passado em sua história (a saber o sacrifício humano). Os sacrifícios humanos são freqüentemente mencionados na Bíblia. Como no episódio do rei de Moabe (2ª Reis, 3:26,27).


"Quando o rei de Moabe viu que a batalha se mostrou forte demais para ele, tomou consigo imediatamente setecentos homens que puxavam da espada para romperem até o rei de Edom, mas não puderam. 27 Por fim tomou seu filho primogênito que ia reinar em seu lugar e o ofereceu como sacrifício queimado sobre a muralha. E veio a haver grande indignação contra Israel, de modo que se retiraram de ir contra ele e retornaram ao seu país.".

Os profetas pregaram muitas vezes contra a prática pagã entre israelitas que, imitando a religião de seus vizinhos, sacrificavam seus filhos e filhas aos demônios ou então faziam-nos passar através do fogo de Moloch (ou Moloque), para serem devorados pelas chamas.

Moloque era uma deidade especialmente associada com os amonitas (habitantes da terra de amon); possivelmente o mesmo que Milcom. No livro bíblico de Jeremias 32:35, Moloque é mencionado em paralelo com Baal, o que sugere, se não uma identificação, pelo menos alguma relação entre os dois. Diversas autoridades consideram “Moloque” mais como título, em vez de como nome duma deidade específica, e, portanto, apresentou-se a idéia de que a designação “Moloque” talvez tenha sido aplicada a mais de um deus.

Link para o site de origem da imagem de Moloque. (site em inglês)







As nações mais civilizadas do mundo preservam em suas mitologias a memória de, em um tempo primitivo de seu desenvolvimento religioso, imolarem seres humanos para tornar propícias as divindades irritadas. Quando Atenas estava no auge de sua glória, Eurípedes [485-406 a.C. ─ dramaturgo grego] representava o drama do trágico destino de Polixena, que foi sacrificada sobre o túmulo de Aquiles para acalmar o espírito do herói morto assegurando, deste modo, um retorno seguro dos guerreiros gregos.


Os sacrifícios humanos são uma característica central na adoração aos "demônios", mas não é única. Existem outras práticas diabólicas baseadas na idéia de que este tipo de deidade tem prazer em testemunhar a tortura e a maior das abominações, o canibalismo. O canibalismo, como explicam os antropólogos, jamais resulta de uma escassez de comida; não. O canibalismo não é uma simples refeição. Antes, é um ritual religioso, justificado por superstições, crenças, especialmente a idéia de que partilhar [como lanche...] o coração ou o cérebro do adversário proporciona absorver a coragem, a força e outras virtudes do sacrificado. Seriam os rituais antropofágicos, presentes também, pelo menos no passado, na tradição cultural de tribos indígenas brasileiras. (Nota pessoal do autor deste blog)





Esta relação entre comer o semelhante para apoderar-se de suas virtudes, esse pensamento que implica práticas tão brutais, ainda permanece diluída na simbologia mais importante da religião mais poderosa do planeta: o cristianismo. Em particular, o cristianismo católico, com sua cerimônia da Transubstanciação: o pão no corpo, o vinho no sangue de Jesus. Ainda que os padres apelem para todas as justificativas, sejam teológicas, semióticas ou simplesmente misteriosas, essa referência ao beber sangue e comer o corpo é, no mínimo, uma coisa mórbida. A inocente transubstanciação operada nas missas serve como péssima inspiração para a deturpação da prática dando origem a seitas instituídas por psicopatas-criminosos de todo tipo. A Religião nasceu do medo. A religiosidade dos selvagens demonstra isso muito bem. O medo do mal é notável e, por isso, os primeiros esforços foram feitos no sentido de estabelecer uma relação amigável com os agentes do Mal, e não do Bem; porque o Bem não causa transtornos. A demonolatria existe hoje. Está nas manchetes policiais do mundo inteiro; e vai continuar existindo até que o senso comum do homem mediano perceba ou resgate o significado das palavras e a delicada relação ontológica* entre o Bem, o Bom e o Belo.
*Ontológica:Referente à ontologia: ciência que investiga a natureza do ser enquanto ser, considerado em si mesmo, independente da matéria e
das especulações acerca da essência, substância e acidentes.

8 de novembro de 2010

O Fascínio das cidades-fantasmas

E se você de repente se visse como o único ser humano da Terra? ou pelo menos como o único num raio de centenas de quilômetros, sem comunicação e com pouca esperança?



Se você, como eu, já imaginou como isso poderia ser, então já deve ter visto - com certo fascínio - filmes como Eu Sou a Lenda (I Am Legend) ou A Estrada (The Road) e deve ter imaginado como toda aquela desolação é inexplicavelmente fascinante. A idéia de uma cidade deserta, e num sentido maior, de um mundo deserto nos remete à solidão, aos sentimentos de desesperança, à loucura, aos pensamentos sombrios.

O que ainda é objeto de surpresa para algumas pessoas é saber que realmente existem lugares abandonados ao redor do mundo, como por exemplo algumas cidades russas. Não poderíamos nos esquecer também das cidades fantasmas do meio-oeste dos Estados unidos ou mesmo das pequenas cidades no interior do nordeste do Brasil. Nesta postagem, no entanto, me detenho às cidades russas. Nesta série de imagens, fotos de uma cidade da Rússia abandonada após o fim da União soviética.

'Quando a União Soviética entrou em colapso, o governo não tinha fundos para apoiar algumas cidades pequenas em torno de objetos estrategicamente importantes. Pessoas destas cidades foram deixadas sozinhas. Ninguém poderia apoiá-las porque quaisquer comunicações com esses lugares foram encerradas depois que o Exército decidiu que agora não tinha dinheiro para sustentar esses objetos.
As pessoas tiveram que deixar suas casas e se deslocar. Alguns tiveram a sorte de encontrar o seu lugar sob o sol do Exército da nova Rússia, alguns menos afortunados tiveram de deixar tais lugares, sem qualquer esperança de encontrar uma nova casa.'

Esta postagem foi inspirada no site englishrussia.com (site em inglês).

2 de novembro de 2010

O Dia dos Mortos

De tanta inspiração e tanta vida
Que os nervos convulsivos inflamava
E ardia sem conforto.. .

O que resta? uma sombra esvaecida,
Um triste que sem mãe agonizava...
Resta um poeta morto!

[...]


Assim inicia Álvares de Azevedo o poema Um Cadaver de Poeta. A morte, aliás, seria ainda a musa inspiradora para diversos outros poemas, não apenas de Álvares de Azevedo, mas de diversos outros poetas ao redor do mundo.


No entanto, não só de poesias "vive" a morte.

A morte é inerente à vida e nas diferentes culturas os povos encontrarão diferentes formas de encarar a morte, algumas culturas encararão a morte como a mais terrível de todas as fatalidades, arauto das vindouras aflições eternas, para aqueles que permanecerão vivos sem seus entes falecidos.


Para outras culturas, no entanto, a morte pode ser encarada como uma ocasião festiva, o que pode aos olhos de alguns observadores soar como desrespeitoso.


Por diferentes motivos resolvi tocar neste tema que engloba toda a humanidade num manto agourento, negro e lutuoso e o principal deles se explica pela data desta postagem, 2 de novembro. Se você vive no Brasil ou no México então sabe que estou falando do dia de finados ou em espanhol "día de los muertos". É claro que não apenas o Brasil e o México celebram um dia específico em homenagem aos mortos, em todo o mundo muitos povos tem algum tipo de comemoração que envolve o mundo dos mortos. Nesta postagem, porém, decidi destacar um pouco da comemoração mexicana do dia dos mortos.


No caso dos mexicanos é emblemática a forma como as homenagens assumem um caráter visivelmente festivo. Ao longo dos séculos alguns costumes indígenas foram misturados com o catolicismo romano muito presente no México. De fato, esses costumes ainda caracterizam a forma de adoração dos católicos mexicanos.
Todo ano, por exemplo, muitas pessoas no México vão a cemitérios no dia 2 de novembro para comemorar o Dia de Finados. Às vezes, flores, comida e bebidas alcoólicas são deixadas para parentes ou amigos achegados que morreram, e alguns até contratam grupos musicais para tocar as músicas prediletas de seus entes queridos falecidos. Muitos católicos também fazem um altar em casa e talvez coloquem ali uma foto da pessoa que morreu.

A Enciclopedia de México explica que certas práticas relacionadas com o Dia dos Mortos parecem “preservar aspectos das cerimônias indígenas dos meses de ochpaniztli e teotleco, quando flores cempasúchil e tamales de milho eram oferecidos aos manes [almas dos mortos] num período do ano em que a colheita tinha acabado de ser feita — no fim de outubro e no começo de novembro”. Conforme comentado pela enciclopédia, alguns costumes lembram festividades similares comemoradas em épocas pré-colombianas, que tinham um certo clima de carnaval.
Apenas para não deixar passar em branco acho que devo mencionar também, por exemplo que até mesmo na Ásia os costumes "cristãos" relacionados à comemoração do Dia de Finados também se faz presente. Por este mesmo motivo posto a foto abaixo.