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9 de maio de 2011

As Origens dos Deuses 3ª Parte - As Deidades Babilônicas

Após a morte de Ninrode, os babilônios sem dúvida estavam propensos a tê-lo em alta estima qual fundador, construtor e primeiro rei da sua cidade, e como organizador do Império Babilônico original. Segundo a tradição, Ninrode sofreu morte violenta. Visto que o deus Marduque (Merodaque) era considerado como fundador de Babilônia, alguns têm sugerido que Marduque representa o deificado Ninrode. Todavia, as opiniões dos peritos divergem muito quanto à identificação de deidades com humanos específicos.


Acima placa com a iconografia da tríade Sin, Xamaxe (Shamash),
e Istar (Ishtar). Logo sobre a figura que se encontra sentada é pos-
sível observar três discos enfileirados, estes discos representam
a tríade babilônica.

Com o passar do tempo, os deuses do primeiro Império Babilônico começaram a se multiplicar. O panteão veio a ter numerosas tríades de deuses, ou deidades. Uma de tais tríades era composta de Anu (o deus do céu), Enlil (o deus da terra, do ar e da tempestade) e Ea (o deus que presidia as águas).

Outra tríade era composta do deus-lua, Sin, do deus-sol, Xamaxe, e da deusa de fertilidade, Istar (também associada a Astarte), amante ou consorte de Tamuz.

 



O símbolo do deus Sin
era uma lua em quarto
crescente

Os babilônios tinham até mesmo tríades de demônios, tais como a tríade de Labartu, Labasu e Akhkhazu. A adoração de corpos celestiais tornou-se proeminente, e diversos planetas vieram a ser associados a certas deidades. O planeta Júpiter foi identificado com o deus principal de Babilônia, Marduque; Vênus com Istar, deusa do amor e da fertilidade; Saturno com Ninurta, deus da guerra e da caça, e padroeiro da agricultura; Mercúrio com Nebo, deus da sabedoria e da agricultura; Marte com Nergal, deus da guerra e da pestilência, e senhor do além.


O símbolodo deus
Xamaxe (Shamash)
era o disco solar.
As cidades da antiga Babilônia passaram a ter as suas próprias divindades guardiãs especiais, algo parecido a “santos padroeiros”. Em Ur, era Sin; em Eridu, Ea; em Nipur, Enlil; em Cuta, Nergal; em Borsipa, Nebo, e na cidade de Babilônia, Marduque (Merodaque). Na época em que Hamurábi tornou Babilônia a capital do império babilônico, aumentou, naturalmente, a importância do deus favorito da cidade, Marduque. Por fim, Marduque recebeu os atributos de anteriores deuses e substituiu estes nos mitos babilônicos. Em períodos posteriores, seu nome próprio, “Marduque”, foi substituído pelo título “Belu” (“Dono”), de modo que finalmente passou a ser chamado de Bel (senhor). A esposa dele chamava-se Belit (“Senhora”, por excelência).

O símbolo de Istar
(Ishtar) era o dis-
co da estrela.

O quadro de deuses e deusas apresentado em antigos textos babilônicos refletem o homem mortal. Estes relatos dizem que as divindades nasciam, amavam, geravam filhos, lutavam e até morriam, assim como Tamuz. Diz-se que elas, aterrorizadas pelo Dilúvio, ‘agacharam-se como cães’. As deidades são também retratadas como cobiçosas, freqüentemente comendo como glutões e bebendo a ponto de ficar embriagadas. Tinham gênio furioso, e eram vingativas e suspeitosas umas das outras. Havia entre elas ódios amargos. Para ilustrar isso: Tiamat, decidida a destruir os outros deuses, foi vencida por Marduque, que a partiu ao meio, formando com uma metade o céu e usando a outra metade com relação ao estabelecimento da terra. Eresquigal, deusa do além e esposa de Nergal, mandou que Namtar, deus da pestilência, encarcerasse a irmã dela, Istar, e a afligisse com 60 misérias. 

As seguintes partes de uma oração dirigida a Bel for-
necem certa visão de como os babilônios encaravam
tal deus.

"Ó Bel, que não tem igual, quando irado.
Ó Bel, Rei excelente, senhor dos países,
Que torna amigáveis os grandes deuses,
Ó Bel, que faz cair os poderosos com seu relance,
Senhor dos reis, luz da humanidade, que divide as partes - "
"Quem (não fala) de ti, não fala do teu valor?
Quem não fala da tua glória, não glorifica a sua soberania?"

- Ancient Near Eastern Texts (Textos Antigos do Oriente Próximo),
de James B. Pritchard, p. 331.



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