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2 de maio de 2011

As Origens dos Deuses 1ª Parte - Uma Teoria

Durante minhas pesquisas, tanto na internet como em arquivos pessoais, me deparei com o tema desenvolvido nesta série de postagens. Embora os textos utilizados possam parecer recentes peço aos leitores que compreendam que em diversas ocasiões nas obras citadas determinados conceitos podem estar - e em alguns casos provavelmente estão - fora do contexto acadêmico atual, mas ainda assim julguei importante a menção destes textos nesta série de postagens. Portanto, tenham uma boa leitura!

Origem dos Deuses.
Dificilmente podem-se atribuir ao acaso as notáveis similaridades prontamente observáveis quando se comparam os deuses e as deusas dos povos antigos. Concernente a isto, J. Garnier escreveu o seguinte:

“Não apenas os egípcios, os caldeus, os fenícios, os gregos e os romanos, mas também os hindus, os budistas da China e do Tibete, os godos, os anglo-saxões, os druidas, os mexicanos e os peruanos, os aborígines da Austrália e até mesmo os selvagens das ilhas dos Mares do Sul, devem todos ter derivado suas idéias religiosas de uma fonte comum e de um centro comum. Em toda a parte deparamo-nos com as mais surpreendentes coincidências nos rituais, nas cerimônias, nos costumes, nas tradições, e nos nomes e nas relações de seus respectivos deuses e deusas.” — The Worship of the Dead (A Adoração dos Mortos), Londres, 1904, p. 3.

Escavações feitas na antiga cidade de Babilônia e em torno dela reve-
laram os sítios de diversos zigurates, ou torres-templos piramidais, es-
calonados, inclusive o templo de Etemenanki, dentro dos muros de Ba-
bilônia. Registros e inscrições encontrados a respeito de tais templos
freqüentemente contêm as palavras: "Seu topo atingirá os céus", e o
Rei Nabucodonosor é registrado como dizendo: Ergui o topo da torre
escalonada em Etemenanki, de modo que seu topo rivalizasse com os
céus." Um fragmento encontrado ao norte do templo de Marduque, em
Babilônia, relatou a queda de tal zigurate, nas seguintes palavras: A
construção deste templo ofendeu os deuses. Numa noite derrubaram o
que haviam construído. Espalharam-nos por toda parte, e tornaram
estranha a sua linguagem. Impediram seu progresso."
(Bible and Spade [Bíblia e Pá], de S. L. Caiger, 1938, p. 29)
Para aqueles que creêm a evidência das Escrituras bíblicas aponta para a terra de Sinear como o berço pós-diluviano de diversos conceitos religiosos. Sob a direção de Ninrode, começou a construção da cidade de Babel e da sua torre, provavelmente um zigurate a ser usado nos ritos de adoração. Empreendeu-se este projeto de construção para a autoglorificação dos construtores, que desejavam fazer para si mesmos um “nome célebre”. De acordo com a crença popular baseada nas tradições bíblicas o Todo-poderoso teria frustrado os planos desses construtores por confundir a língua deles. Não mais podendo entender-se, gradualmente desistiram de construir a cidade e se dispersaram. No entanto, Ninrode aparentemente ficou em Babel e expandiu o seu domínio, fundando o primeiro Império Babilônico.

Quanto aos povos dispersos, para onde quer que tenham ido teriam levado junto a sua religião, que seria praticada sob novos termos, na nova língua deles e em novos lugares. O povo teria sido disperso nos dias de Pelegue, que teria nascido cerca de um século após o Dilúvio e morrido à idade de 239 anos. Visto que tanto Noé como seu filho Sem sobreviveram a Pelegue, a dispersão ocorreu numa época em que eram conhecidos os fatos a respeito de acontecimentos anteriores, tais como o Dilúvio. Este conhecimento, sem dúvida, perdurava em alguma forma na memória do povo disperso. Isto é indicado pelo fato de que as mitologias dos antigos refletem várias partes do registro bíblico, porém, de forma distorcida e politeísta. As lendas descrevem certos deuses como matadores de serpentes; também, as religiões de muitos povos antigos incluíam a adoração de um deus colocado no papel de benfeitor, que sofre morte violenta na terra e é então trazido de volta à vida. Isto talvez sugira que tal deus era, na realidade, um humano deificado, erroneamente considerado como o ‘descendente [semente] prometido’. Os mitos falam a respeito de casos amorosos entre deuses e mulheres terrenas, e dos feitos heróicos de sua descendência híbrida. Dificilmente existe uma nação na terra que não tenha uma lenda a respeito dum dilúvio global, e, nas lendas da humanidade, são também encontrados vestígios do relato da construção da torre.

A evidência derivada de escavações e de textos antigos indica a existência de mais de 50 templos. O principal deus da cidade imperial era Marduque, chamado Merodaque na Bíblia. Sugeriu-se que Ninrode fora deificado como Marduque, mas as opiniões dos peritos variam quanto à identificação de deuses com humanos específicos. Na religião babilônica também se destacavam tríades de divindades. Uma delas, composta de dois deuses e uma deusa, era Sin (o deus-lua), Xamaxe ou Samas (o deus-sol), e Istar; dizia-se que estes eram os governantes do zodíaco. E ainda outra tríade era composta dos diabos Labartu, Labasu e Accazu. Além disto os babilônios acreditavam na imortalidade da alma humana e teriam desenvolvido a astrologia no empenho de descobrir o futuro do homem nas estrelas. A feitiçaria e a astrologia desempenhavam um papel destacado na religião deles. Muitos corpos celestes, por exemplo, planetas, receberam nomes de deuses babilônios. A adivinhação continuava a ser um dos componentes básicos da religião babilônica nos dias de Nabucodonosor, que a usava para tomar decisões. 


Na 
próxima postagem: AS ORIGENS DOS DEUSES 2ª PARTE - AS DEIDADES ASSÍRIAS

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