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17 de fevereiro de 2011

Novos olhares sobre a Divina Comédia

Não é de hoje que menciono aqui no blog o grande escritor Dante Alighieri, em especial sua obra mais conhecida: A Divina Comédia. Um dos maiores motivos para repetidas menções deste autor e sua obra é a possibilidade que esta dá de imaginarmos como seriam todos aqueles cenários infernais, os lamentos do purgatório e a visão idílica do paraíso imaginados por Dante e descritos nos mínimos detalhes em sua obra. Quase sempre, no entanto, quando procuramos imagens retratando tais cenários encontramos as obras de Doré. Foi aliás, pesquisando o tema que me deparei com o site do IEL (Instituto de Estudo da Linguagem) da Unicamp e as obras de artistas atuais retratando as passagens da Divina Comédia. No site encontrei o texto Città Dolente do qual transcrevo parte abaixo. 

"A partir dos primeiros manuscritos da obra, amplamente disseminada nas cidades da Península Itálica nos séculos XIV, XV e XVI, iluminadores, pintores, escultores e arquitetos se debruçaram sobre as possibilidades, infinitas, oferecidas pelo poema de Dante: cenários, personagens da Antigüidade Clássica, bíblicos, da história contemporânea e da criação do poeta, episódios e processos narrativos forneceram subsídios e inspiração para o chamado Renascimento e os séculos posteriores."

Mais do que isso, o tema da Divina Comédia dá subsídios para a produção de artistas contemporâneos cujas obras, sempre muito sombrias, continuam a ecoar os gritos de horror medieval eternizados nas páginas preenchidas pela pena de Dante Alighieri.   

Aqui algumas imagens retiradas do site.


 Marcos Vinicius, 2007.
Acrílica sobre tela, 60x40 cm.
 
"Se belo quão feio ora é o seu modo,
e contra o seu feitor ergueu a frente,
só dele proceder deve o mal todo."

Canto XXXIV



















André Guilles, 2007 
Terracota e colher de pedreiro. 32x15x16 cm.
 
“O orgulho dele então tanto encolheu
que se deixou cair o arpão aos pés:
‘Não toquem', aos outros prescreveu.”

Canto XXI













Mário Cau, 2008.
Lápis e guache sobre papel, 41,8x30,2 cm.
 
"Musas, Grão Gênio, vossa potestade
me ajude; mente que o que eu via inscrevias,
aqui se atestará tua dignidade."

















Saul Carvalho, 2008.
Nanquim e sépia sobre papel, 32x24 cm.
 
“Cérbero, fera monstruosa e perversa,
caninamente c' o as três goelas late
para a gente que está na lama imersa.”



















Vitor Gorino, 2008.
Acrílica sobre tela, 60x60 cm.

“Para a alta torre do cimo candente,  
para onde juntas vi chegar, bem presto,
três Fúrias infernais, de sangue ungidas,
que tinham de femíneo o peito e o gesto”















Viviane Pancheri, 2006.
Nanquim, 29,7x42 cm.
 
“Aqui fazem as vis Harpias seus ninhos,
que expulsaram de Strófade os troianos
co' o cruel anúncio de tempos daninhos.”

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