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8 de julho de 2010

ROMANTISMO

A priori não tencionava acrescentar este post, mas devido ao fato de, durante a história do homem, o romantismo estar de certa forma ligado à sentimentos obscuros decidi acrescentá-lo, até mesmo para que houvesse uma visão mais ampla de parte das origens do pensamento obscuro e seu alcance na cultura.
1. Contexto Histórico


O século que se seguiu à Revolução francesa foi um período de mudanças rápidas e profundas. Em confronto com ele, a vida nas épocas precedentes parece quase estacionária. Jamais em tão breve espaço de tempo, houve alterações tão radicais nos modos de vida ou uma subversão de tradições veneráveis, em tão larga escala. uma avalancha de inventos novos acelerou o ritimo da vida a um ponto que ultrapassava os mais ousados sonhos de Leonardo da Vinci ou de Newton. Quando a Revolução Francesa terminou, a Europa contava com 180 milhões de habitantes. Em 1914, essa população atingira o total quase incrível de 460 milhões. Nunca se tinha verificado, em épocas anteriores, algo semelhante a tal acréscimo, em pouco mais de um século. Em consequencia desta e de outras mudanças, a vida do homem moderno assumiu um grau de complexidade e variedade até então desconhecido. Os novos ideais sociais e políticos multiplicaram-se, em desconcertante confusão. Foi uma época de alterações contínuas, de tendências em conflito e de agudas divergências sobre os problemas sociais.


Assim o historiador Edward Burns sintetiza o caráter da nova época em que surgiu o estílo de época denominado Romantismo.


A origem do Romantismo prende-se ao progresso político, econômico e social da burguesia. Após a Revolução Francesa (1789), o absolutismo entra em crise, dando lugar ao liberalismo, doutrina fundamentada na crença da capacidade individual do homem.

O Arcadismo representava uma imitação dos modelos clássicos; o Romantismo vai propor total liberdade de criação, não obedecendo a modelos preestabelecidos, representando, pois, uma ruptura dos padrões aceitos até então.


Victor Hugo, escritor francês do século XIX, preconiza:

"Metamos o martelo nas teorias, nas poéticas e nos sistemas. Abaixo esse velho reboco que mascara a fachada da arte! Nada de regras nem de modelos!"

2. Manifestações Artísticas


A. Pintura


Essa liberdade de criação desencadeia um emocionalismo tempestuoso. Observe a dramaticidade desse quadro que mostra um tema histórico: a Revolução de 1830.


A LIBERDADE GUIANDO O POVO. Eugène Delacroix.

outras obras do período

A BARCA DE DANTE. Eugène Delacroix


LA MAJA DESNUDA. Goya




EL COLOSSO. Goya


B. Arquitetura e Escultura

A influência do Romantismo não se fez sentir com muita intensidade na Arquitetura. O que se observa é uma mistura de vários estilos que vão do Gótico Medieval ao Barroco. Reflete as transformações consequentes da industrialização e da valorização da vida urbana ocorridas no final do século XVIII e início do século XIX, utilizando novos materiais como o ferro e depois o aço. A construção de edifícios (público e de aluguel) visava atender a média e alta burguesia, preocupadas apenas com o maior rendimento da exploração. Porém, fora deste contexto urbano, as igrejas e palácios conservaram algumas características de outros estilos, como o gótico e o clássico.
Destaca-se: Charles Garnier, responsável pelo teatro da Ópera de Paris; Charles Barry e Augustus Puguin, que reconstruíram o Parlamento de Londres; e Waesemann, na Alemanha, responsável pelo distrito neogótico de Berlim. Segue-se os monumentos funerários, as homenagens históricas, estátuas equestres e a decoração arquitetônica num estilo tanto clássico como barroco. A inovação ocorreu na temática com a representação de animais de terras exóticas em cenas de caça ou luta em detrimento dos temas religiosos.


Destacam-se os escultores: Antoine Louis Barye (1796-1875) na França; Lorenzo Bartolini (1777-1850) na Itália; e François Rude (1784-1855) com o alto-relevo "A Marcha dos Voluntários de 1792" no Arco da Estrela em Paris. (Fonte: www.she.art.br)

C. Música
A música do período também é uma reação à rigidez do classicismo, passando agora a ser encarado como expressão dos estados de alma, sentimentos e paixões humanas. Os dois maiores músicos do Romantismo foram Beethoven e Schubert.











(Beethoven, música)




(Franz Peter Schubert, música)

D. Literatura

As características do Romantismo na literatura também são decorrentes de uma visão de mundo centrada no individualismo.
Esse individualismo se traduz em:
Liberdade de criação;
Insaciedade humana;
Heróis grandiosos;
Evasão;
Senso de Mistério;
Reformismo e


"Mal do século" que é característico da segunda geração romântica inspirada pelos poetas europeus, principalmente Lord Byron, nossos poetas vão cantar os amores impossíveis, o desejo pela morte, a indecisão entre uma vida de liberdade ou religiosa, e a incompreensão do mundo, aliada ao desejo de evasão. É o que Fagundes Varela chamou de "a escola de morrer jovem". Destacam-se nessa segunda geração os fervorosos versos do próprio Fagundes Varela, Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu e Junqueira Freire.

A biografia, bem como o download das obras de alguns desses autores podem ser encontradas neste link.

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